Uber tem prejuízo de US$ 1,2 bilhão, mas número de viagens aumenta

Uber não registrou lucro no terceiro trimestre de 2022, mas viu seu prejuízo líquido diminuir 50%

Emerson Alecrim
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A Uber começou novembro divulgando os resultados financeiros de suas operações no terceiro trimestre de 2022. Os números mostram que a companhia encerrou o período com prejuízo de US$ 1,2 bilhão. Mas nem tudo é ruim. As perdas diminuíram no ano a ano. Além disso, a quantidade de corridas aumentou 26% entre julho e setembro.

Mais corridas, mais motoristas

Vários países, incluindo o Brasil, experimentaram uma escalada da inflação nos últimos meses. Entre os acionistas da Uber, havia o temor de que esse cenário levasse a uma redução no número de viagens. Como já ficou claro, não foi o que aconteceu.

Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, celebrou: “mesmo que o ambiente macroeconômico continue incerto, o core business [atividade principal] da Uber está mais forte do que nunca”.

Em relação ao mesmo período de 2021, o número de viagens via Uber subiu 26%. Ao mesmo tempo, o número de usuários ativos mensais saltou para 124 milhões, aumento de 14% na comparação ano a ano.

Nos Estados Unidos e em outros países, a Uber passou por uma redução na quantidade motoristas que trabalham com a plataforma. Isso é ruim não só por diminuir o número de carros disponíveis, mas também por inflar os preços para os usuários.

Mas esse problema também foi superado. No fim de setembro de 2022, a base de motoristas do serviço era equivalente ao número registrado no mesmo período de 2019, revela a empresa.

De modo geral, a Uber celebra a recuperação de atividades no cenário pós-pandemia. No último trimestre, o número de usuários do serviço superou a base registrada antes de as ações de prevenção à COVID-19 começarem.

Não teve lucro, mas o prejuízo diminuiu

Apesar de uma nuvem de alívio pairar sobre a Uber, o momento ainda exige atenção. No terceiro trimestre de 2022, a companhia registrou receita de US$ 8,34 bilhões, aumento de 72% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 4,84 bilhões). Mas o prejuízo líquido ficou em US$ 1,2 bilhão.

Que fique claro que esses números não envolvem somente viagens de passageiros. O Uber Eats (que foi descontinuado no Brasil para entregas de restaurantes) e as entregas de encomendas também. A receita por categoria ficou assim:

  • Passageiros: US$ 3,82 bilhões
  • Uber Eats: US$ 2,77 bilhões
  • Entregas: US$ 1,75 bilhões

A situação não chega a ser dramática, porém. No terceiro trimestre de 2021, quando os efeitos da pandemia ainda eram muito presentes, a Uber viu o seu prejuízo ficar em US$ 2,43 bilhões. Houve uma diminuição de 50,6% no prejuízo líquido, portanto.

Já o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do trimestre ficou em US$ 516 milhões, número acima do que previam os analistas de mercado (US$ 457,7 milhões), explica a CNBC.

Uber Eats (imagem: Robert Anasch/Unsplash)
Uber Eats (imagem: Robert Anasch/Unsplash)

E para o atual trimestre?

Para o quarto e último trimestre de 2022, a Uber demonstra otimismo sobre os números de suas operações, mas sem tirar os pés do chão. O Ebitda, por exemplo, deve ficar na faixa de US$ 600 a US$ 630 milhões, projeta a empresa. Mas lucro líquido não é esperado para o período.

No fim das contas, a impressão que a companhia transmite é a de que o seu caminho até o lucro ainda está em construção, mas avança de modo consistente.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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