Não é só Intel e AMD: chinesa Zhaoxin lança chips x86 com até 32 núcleos

Chips Zhaoxin KH-40000 e KX-6000G são menos sofisticados que os da Intel e AMD, mas trazem bons conjuntos de recursos

Emerson Alecrim
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Chips KH-40000 (imagem: divulgação/Zhaoxin)
Chips KH-40000 (imagem: divulgação/Zhaoxin)

A Intel e a AMD dominam o mercado de chips x86. Mas a arquitetura não se limita a elas. Prova recente disso vem da chinesa Zhaoxin. Nesta semana, a empresa fez o anúncio oficial dos chips KH-40000 e KX-6000G, o primeiro com até 32 núcleos. Todos são baseados em x86.

No momento, a intenção da Zhaoxin é abastecer o mercado chinês. Por isso, não podemos esperar que os novos chips apareçam como rivais da Intel ou da AMD em nível global.

Para chegar a esse ponto, a Zhaoxin teria um longo caminho a percorrer. Tome, como exemplo, o fato de ambas as linhas serem baseadas em processo de fabricação de 16 nanômetros. Enquanto isso, a Intel já está em 10 nanômetros e se prepara para chegar em 7 nanômetros.

O aspecto da miniaturização é um forte indício de que a Zhaoxin não tem tecnologia suficiente para brigar por uma fatia generosa do mercado de chips x86. Porém, isso não significa que os produtos da companhia têm baixa qualidade.

Zhaoxin KH-40000: até 32 núcleos

Baseada na microarquitetura Yongfeng de 16 nanômetros (proprietária), os processadores Zhaoxin KH-40000 podem contar com 12, 16 ou 32 núcleos de até 3,2 GHz. Além de instruções x86 (tanto em 32 quanto em 64 bits), eles suportam conjuntos como AVX, AVX2, SM2, SM3 e SM4.

Esses chips lidam ainda com até 2 TB de memória DDR4-3200 com ECC (mecanismo de correção de erro). Essa capacidade dobra para 4 TB em computadores com soquete duplo (para dois chips), modo que faz a quantidade máxima de núcleos do sistema subir para 64.

Há compatibilidade com tecnologias como PCIe 3.0 (até 128 vias combinadas), USB 3.2 gen 1 (até oito portas) e SATA 3.2 (até 16 portas). Uma memória cache de até 64 MB também aparece por aqui.

São especificações generosas. Há uma explicação para isso: os processadores Zhaoxin KH-40000 são destinados a servidores de alto desempenho.

Zhaoxin KX-6000G: com GPU integrada

Com microarquitetura Lujiazui de 16 nanômetros (também proprietária), os chips Zhaoxin KX-6000G têm quatro núcleos e suportam os mesmos conjuntos de instruções da linha KH-40000.

Aqui, a frequência base é de 2 GHz, com o TDP variando entre 25 e 35 W. Em modo turbo, com o TDP ficando sempre acima de 25 W, a frequência pode alcançar 3,3 GHz.

Além disso, os chips Zhaoxin KX-6000G trabalham com até 64 GB de memória DDR4-3200. O suporte aos padrões PCIe 3.0 (16x), USB 3.2 gen 1 (4), USB 2.0 (2) e SATA 3.2 (2) também está presente.

Um diferencial da linha KX-6000G é a sua integração com a GPU C-1080, que é compatível com padrões como DirectX12, OpenCL 1.2 e OpenGL 4.6. Essa não é uma GPU voltada a jogos. Por outro lado, ela pode reproduzir conteúdo em resoluções de até 4K.

Diferente da série KH-40000, os chips KX-6000G são direcionados a PCs de uso profissional, tablets e sistemas embarcados.

Chips KX-6000G (imagem: divulgação/Zhaoxin)
Chips KX-6000G (imagem: divulgação/Zhaoxin)

A quem interessa?

A organizações. Tanto os processadores KH-40000 quanto a série KX-6000G devem atender a atividades corporativas.

Como o site Wccftech destaca, ambas as linhas foram projetadas para atender ao mercado chinês. Em algum momento, os novos chips até podem ser fornecidos a países que mantêm relações próximas com a China. Mas um acordo do tipo seria limitado. Hoje, a Zhaoxin não tem escala para fornecer grandes volumes a mercados externos.

O foco no mercado chinês tem outra explicação, esta ligada ao surgimento da própria Zhaoxin. Fruto de uma joint venture entra a Via Technologies e o governo de Xangai, a empresa surgiu em 2013 como parte dos esforços da China para depender menos de tecnologias estrangeiras.

Não há informações públicas sobre os preços dos novos processadores.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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