Sob comando de Musk, Twitter demite metade dos empregados e leva processo

Uma semana após a compra do Twitter, Elon Musk iniciou a tão especulada demissão em massa dos funcionários; divisão brasileira é afetada

Felipe Freitas
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• Atualizado há 8 meses
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Twitter (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Na última quinta-feira (3), Elon Musk enviou um memorando para todos os funcionários do Twitter onde informa que a empresa demitirá diversos empregados. De acordo com o Business Insider, 3.700 foram mandados para o olho da rua — e já estão entrando na justiça contra o ex-chefe.

Desde antes de finalizar a compra, rumores indicavam que Musk “passaria o facão” no quadro de funcionários da rede social. O primeiro relato, divulgado pelo The Washington Post, apontava que 75% dos empregados seriam demitidos. Entretanto, o Twitter declarou em um memorando que a notícia não condizia com a verdade — só errou na porcentagem.

Musk demite metade dos funcionários do Twitter

O total de 3.700 demitidos equivale a praticamente metade do quadro de funcionários do Twitter. O Bloomberg afirma que os ex-empregados da rede social já iniciaram um processo contra a empresa. O motivo é que a legislação do estado da Califórnia exige que uma companhia informe as demissões em massa (chamados de layoffs em inglês) com 60 dias de antecedência.

O veículo entrou em contato com o Twitter para que a rede social comentasse a situação. Obviamente, não houve resposta — e digo que nem terá. Relembrando, Elon Musk acabou com o departamento de Relações Públicas da Tesla. É bem provável que o mesmo tenha acontecido na rede social.

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Twitter (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Funcionários do Twitter tiveram emails bloqueados

No memorando onde informava a demissão em massa, Musk explicou como funcionará a sexta-feira dos funcionários. 

O comunicado diz que, a partir das 9 da manhã (fuso horário do oeste americano, 13h em Brasília) desta sexta, serão enviados emails com o assunto “O Seu Papel no Twitter”. Quem continuar com o emprego, receberá uma notificação no email do Twitter, aqueles que foram demitidos o receberão no email pessoal. Detalhe: alguns já sabem da demissão porque perderam o acesso ao endereço profissional.

Ben Collins, repórter da NBC, publicou no Twitter (e onde mais seria?) que entrou em contato com alguns “agora ex-funcionários” da plataforma — que descobriram a demissão após perder o acesso ao email profissional. De acordo com Collins, ele nunca havia falado com pessoas que ficaram tão felizes após uma demissão em massa.

A felicidade desses demitidos, para alguns fãs do bilionário, “confirmam” que Elon Musk fez a coisa certa. Um usuário disse que é o certo a se fazer: trocar peso morto por quem se importa. Contudo, a alegria de ser demitido pode apontar outra coisa. 

Todo o processo de compra, provável fim do home office, benefícios, histórico de Musk como chefe e relatos de funcionários virando a noite para entregar o novo Twitter Blue no dia 7 (ou serão demitidos) transformou a empresa em lugar tóxico para trabalhar. Não é que os empregados estavam infelizes antes — é que trabalhar para um Musk te deixa infeliz.

Nesta sexta-feira, pelo menos, o trabalho (para quem ficou) será em home office. No memorando de quinta-feira, Musk disse que, “para garantir a segurança de cada empregado”, sistemas do Twitter e dados dos usuários, os escritórios serão fechados e todos os crachás de acesso desabilitados.

Elon Musk cercado por pessoas e sendo aplaudido
Elon Musk após lançamento da SpaceX em maio de 2020 (Imagem: Bill Ingalls/NASA)

Twitter Brasil também é afetado

De acordo com o Valor Econômico, funcionários do Twitter no Brasil também receberam o email de demissão. O jornal relata que uma parte dos 150 empregados da plataforma no país teve, durante a madrugada, o acesso bloqueado aos canais da empresa. Somente o time de vendas não foi afetado pelo layoff — ou melhor, traduzindo para nosso idioma, passaralho.

Com informações: Bloomberg, Valor Econômico e The Washington Post

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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