IBM dá salto gigante na computação quântica com chip de 433 qubits

Com chip Osprey, IBM supera marca dos 400 qubits em um chip quântico; companhia quer passar de 4.000 qubits em 2025

Emerson Alecrim
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Chip IBM Osprey (imagem: divulgação/IBM)
Chip IBM Osprey (imagem: divulgação/IBM)

Há um ano, a IBM anunciava um chip quântico com 127 qubits. Na ocasião, a companhia deixou claro que, em 2022, apresentaria um chip ainda mais poderoso. A promessa foi cumprida. Nesta quarta-feira (9), o IBM Osprey foi anunciado com incríveis 433 bits quânticos. O que isso significa? Que estamos mais próximos de resolver problemas computacionais “impossíveis”.

Quando o assunto é computação quântica, quanto maior o número de qubits (simplificação de “bits quânticos”), melhor. Um qubit pode assumir 0, 1 ou uma superposição de ambos os valores.

Já a computação atual, baseada na lógica binária, faz um bit assumir um estado representado por 0 ou 1, mas não ambos os valores ao mesmo tempo.

A lógica do qubit leva a computação a outro patamar. Com os bits quânticos, problemas que demandam horas ou dias para serem resolvidos por um computador convencional, mesmo que poderoso, poderão ser solucionados em questão de minutos ou segundos.

Entre eles estão tarefas ligadas a meteorologia, pesquisas espaciais e simulações avançadas. Para tanto, é importante que o computador quântico trabalhe com um número significativo de qubits.

IBM Osprey e os seus 433 qubits

Com o IBM Eagle, a companhia conseguiu superar a emblemática barreira dos 100 qubits. Não foi uma tarefa fácil. Os pesquisadores da IBM tiveram que recorrer a vários procedimentos complexos para que os 127 qubits não interferissem na coerência quântica, ou seja, não deixassem o sistema instável.

Parecia que aumentar esse número em mais de três vezes no intervalo de um ano seria uma missão impossível. Mas a IBM conseguiu. Darío Gil, diretor da IBM Research, comemora:

O novo processador de 433 qubit ‘Osprey’ nos traz um passo mais perto do ponto em que computadores quânticos serão usados para resolver problemas anteriormente insolúveis.

Tamanha quantidade de qubits faz do IBM Osprey o chip quântico mais poderoso já desenvolvido pela empresa. A própria IBM explica que a quantidade de bits convencionais necessária para representar o Osprey excede o número de átomos do universo conhecido.

Chips quânticos da IBM (imagem: divulgação/IBM)
Chips quânticos da IBM (imagem: divulgação/IBM)

A IBM quer mais

O IBM Eagle foi anunciado no ano passado como um chip quântico tão potente que não poderia ser simulado nem por um supercomputador. O que dizer, então, do IBM Osprey?

Mas a companhia não vai parar aí. Para 2023, a IBM espera anunciar o Condor, chip quântico com 1.121 qubits. No ano seguinte, será a vez do Flamingo, um sistema formado por 1.386 qubits.

Em 2025, o plano é superar a barreira dos 4.000 bits quânticos. Para isso, a IBM quer combinar três sistemas de 1.386 qubits para criar um chip quântico com 4.158 qubits. Alguém duvida que a companhia chegará lá?

Que conste que não estamos fazendo apenas um exercício de futurismo. A IBM já tem sistemas baseados em computação quântica funcionando, a exemplo do IBM Quantum System Two.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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