Supercomputador da Petrobras com 678 TB de RAM é o mais potente da América Latina
Supercomputador Pégaso, da Petrobras, tem capacidade equivalente ao de 150 mil notebooks trabalhando em conjunto

Supercomputador Pégaso, da Petrobras, tem capacidade equivalente ao de 150 mil notebooks trabalhando em conjunto
Imagine 6 milhões de celulares ou 150 mil notebooks potentes atuando em conjunto. Essa é a capacidade de processamento equivalente do Pégaso, supercomputador da Petrobras que ocupa o primeiro lugar da América Latina na lista TOP500 de computação de alto desempenho (HPC).
O resultado fez a Petrobras ser tetracampeã nesse ranking. Em 2019, a companhia conquistou a primeira posição com o supercomputador Fênix. Em 2020, foi a vez do Atlas ficar com esse posto. Em 2021, a Petrobras repetiu o feito com o supercomputador Dragão.
Os números impressionantes do Pégaso explicam o porquê da vitória mais recente. O supercomputador tem 678 TB de memória RAM (sim, terabytes), 2.016 GPUs e link de 400 Gb/s (gigabits por segundo) para conectividade.
A máquina conta ainda com 233.856 núcleos graças a uma combinação de chips AMD Epyc 7513. Já o sistema operacional é a distribuição Linux CentOS.
De acordo com a Petrobras, o supercomputador é formado por 30 toneladas de componentes distribuídos em racks que, em fila, alcançam 35 m de comprimento.
A tradução de tudo isso é: alta capacidade de processamento. Sozinho, o Pégaso é quase tão poderoso quanto o Dragão e o Atlas juntos, como mostra esta lista:
Vale destacar que 1 petaflop corresponde a 1 quatrilhão de operações de ponto flutuante (operações matemáticas) por segundo.
Considerando a lista Top500 em escala global, o Pégaso aparece na 33ª posição.
É claro que um supercomputador como esse não seria barato. A Petrobras explica que o projeto do Pégaso demandou R$ 300 milhões de investimento. Esses esforços farão a capacidade total de processamento da companhia saltar de 42 para 63 petaflops.
O Pégaso começou a ser montado em julho. A expectativa da companhia é a de que o supercomputador esteja plenamente funcional até dezembro.
Com a adição de quatro máquinas menores, a Petrobras espera alcançar uma capacidade total de processamento de 80 petaflops em um futuro próximo.
O objetivo não é ocupar listas de computação de alto desempenho, obviamente. Os supercomputadores da Petrobras são empregados em tarefas complexas, que incluem processamento de dados geofísicos e geológicos.
As máquinas atuais deverão ajudar a companhia a viabilizar programas como o EXP100, “que visa alcançar 100% de uso dos dados e conhecimento nos projetos exploratórios”. Os programas CEOS e PROD1000, que visam reduzir os prazos para início da produção de um campo, também serão beneficiados.
Além de ocupar o posto de supercomputador mais potente da América Latina no TOP500, o Pégaso é líder da região no Green500, ranking de eficiência energética.
Quando plenamente em operação, o supercomputador terá consumo máximo de 1,5 MW. A Petrobras dá a entender que essa é uma capacidade bastante otimizada para uma máquina de tamanho porte. Paulo Palaia, diretor de Transformação Digital e Inovação da empresa, comenta:
Na elaboração do projeto deste HPC, foram feitas várias escolhas e exigências técnicas de maneira a reduzir o consumo, como a escolha de aceleradores matemáticos (GPUs), os mais ecoeficientes que existem, e a exigência de fontes de alta eficiência.
A companhia destaca ainda que o Pégaso foi instalado em um centro de dados que só usa energia limpa, ainda que esse fator não contribua para a pontuação no Green500.