Anatel quer que velocidade média de banda larga seja de 1 Gb/s até 2027

Velocidade média de banda larga no Brasil é de 240 Mb/s, segundo a Anatel; planos de 1 Gb/s ainda têm valores proibitivos em alguns lugares

Bruno Gall De Blasi
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• Atualizado há 3 meses
Logotipo da Anatel ao lado de uma antena de telecomunicações
Ferramenta da Anatel permite visualizar dados de antenas (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está com metas ambiciosas para os próximos anos. De acordo com o Plano Estratégico 2023-2027, divulgado nesta segunda-feira (21), a entidade espera aumentar a velocidade média de banda larga para 1 Gb/s. O planejamento indica outros avanços esperados para a internet do país, como a expansão do 5G SA para mais da metade da população brasileira. 

O documento estipula os caminhos que serão adotados no período que vai de 2023 até 2027. Além do planejamento, o plano revela as expectativas para o futuro do setor no país, como a expansão da velocidade média da banda larga fixa para 1 Gb/s. Um salto enorme ao considerar a velocidade média de 239,5 Mb/s em setembro de 2022, no país, segundo o painel de dados da agência.

Roraima, Piauí e Amazonas foram os estados com as maiores velocidades médias neste exercício: 369,78 Mb/s, 315,54 Mb/s e 306 Mb/s. Enquanto isso, Paraíba (179,3 Mb/s), Bahia (172,43 Mb/s) e Sergipe (149,34 Mb/s) compreendem as unidades federativas com os menores indicadores. Confira os dados da Região Sudeste e do Distrito Federal:

  • Distrito Federal: 283,09 Mb/s;
  • Espírito Santo: 230,03 Mb/s;
  • Minas Gerais: 252,97 Mb/s;
  • Rio de Janeiro: 260,3 Mb/s;
  • São Paulo: 265,57 Mb/s.
Anatel quer velocidade média de banda larga de 1 Gb/s até 2027 (Imagem: Tecnoblog)
Anatel quer velocidade média de banda larga de 1 Gb/s até 2027 (Imagem: Tecnoblog)

Plano de internet com 1 Gb/s não é para muitos

Este indicador não sofre muitas alterações ao considerar as maiores prestadoras do Brasil em todo o contexto nacional. O painel indica que, entre a Claro, Oi, Sky, Tim e Vivo, a média é de 240,98 Mb/s no mesmo período. Entre as menores empresas do ramo, a velocidade média é de 238,05 Mb/s.

Mas, além dos quase 760 Mb/s de diferença entre a realidade atual e a meta da Anatel, os valores dos planos de 1 Gb/s são proibitivos em algumas operadoras. Peguemos a Claro na Zona Sul do Rio de Janeiro (RJ) como exemplo: a oferta com esta velocidade sai por R$ 299,90 ao mês. Enquanto isso, o pacote com 500 Mb/s custa R$ 129,90.

Vale lembrar que esta oferta não está disponível em todos os endereços. Além disso, não deve ser um plano fácil de ser instalado, ao considerar que boa parte da estrutura residencial da Claro na capital fluminense não utiliza fibra ótica. A operadora ainda utiliza a antiga estrutura da NET, com cabo coaxial.

Na cidade, entre as grandes prestadoras, a Oi, TIM e Vivo se destacam por oferecer FTTH (fibra ótica). Mas, novamente, os valores proibitivos aparecem ao escolher esta opção: a Vivo cobra R$ 499,99 por mês para quem quiser instalar 1 Gb/s em casa. Abaixo dessa velocidade, está o plano de 600 Mb/s por R$ 149,99 ao mês.

Felizmente, a TIM cobra R$ 161,50. E é aqui que vem os poréns: a prestadora não possui uma cobertura tão ampla quanto a Claro e a Vivo – a segunda ainda possui a herança da antiga GVT. A Oi, por sua vez, disponibiliza 1 Gb/s por R$ 199,90 ao mês com a mesma barreira da operadora italiana.

Fibra ótica ainda não é maioria em algumas cidades, como o Rio de Janeiro (RJ) (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)
Fibra ótica ainda não é maioria em algumas cidades, como o Rio de Janeiro (RJ) (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Operadoras têm um longo caminho pela frente

Claro, o Brasil não é composto apenas por estas operadoras. E, no geral, as prestadoras de serviço menores disponibilizam velocidades melhores com preços mais acessíveis, especialmente no interior. Em Saquarema (RJ), na Região dos Lagos, você consegue contratar 920 Mb/s por R$ 145,99 pela Sumicity.

Por outro lado, disponibilizar esse link de alta velocidade para todo mundo não é tarefa fácil. Ao levar o Rio de Janeiro (RJ) em consideração, quase 52,8% dos acessos foram realizados por cabo coaxial em setembro de 2022, segundo a Anatel. Enquanto isso, no país todo, 68,2% dos acessos acontecem através de fibra ótica, graças ao auxílio das operadoras de pequeno porte.

Ou seja, temos bastante fibra, mas uma das maiores capitais do Brasil não está dentro dessa realidade. O mesmo acontece em outras regiões do país.

Felizmente, a Anatel está considerando uma expansão da infraestrutura como um todo no seu plano estratégico. Entre as metas até 2027, está a expansão do backhaul (rede acesso) de fibra óptica para 100% dos municípios brasileiros até 2027. A agência também quer levar o backhaul de fibra óptica para 50% das localidades com mais de 600 habitantes nos próximos anos.

Outros indicadores serão melhorados até o fim do planejamento. É o caso da disponibilidade do 5G SA, que vai alcançar 57,67% da população nos próximos anos, se as expectativas do órgão se concretizarem. A agência listou outras metas para o futuro:

  • Impulsionar o cumprimento de excelência da velocidade contratada de 78,28% para 87% até 2027;
  • Elevar o nível de satisfação geral dos consumidores da Banda Larga Fixa de 6,9 para 7,5 até 2027;
  • Elevar o nível de satisfação geral dos consumidores da Telefonia Móvel de 7,6 para 8,1 até 2027.

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Bruno Gall De Blasi

Bruno Gall De Blasi

Ex-autor

Bruno Gall De Blasi é jornalista e cobre tecnologia desde 2016. Sua paixão pelo assunto começou ainda na infância, quando descobriu "acidentalmente" que "FORMAT C:" apagava tudo. Antes de seguir carreira em comunicação, fez Ensino Médio Técnico em Mecatrônica com o sonho de virar engenheiro. Escreveu para o TechTudo e iHelpBR. No Tecnoblog, atuou como autor entre 2020 e 2023.

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