Com 1 milhão de assinantes, Telegram Premium pode virar exemplo ao Twitter Blue

Telegram Premium alcançou o seu primeiro milhão; serviço oferece recursos exclusivos, como transcrição de mensagens e downloads mais rápidos

Bruno Gall De Blasi
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Telegram
Telegram (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Telegram Premium virou realidade há cerca de seis meses. E o mensageiro tem muito o que comemorar: segundo o fundador Pavel Durov, o serviço por assinatura já ultrapassou a marca de 1 milhão de usuários. Com o sucesso, a novidade do Telegram serve como base para o caminho que o Twitter Blue ainda precisa trilhar.

A notícia partiu do canal do próprio fundador. 

Nesta terça-feira (6), Durov informou que o Premium ultrapassou a marca de um milhão de assinantes. Para ele, o modelo é “um dos exemplos de maior sucesso de um plano de assinatura de redes sociais já lançado”. 

Segundo Durov, a monetização ajudará a pagar os servidores, tráfego e salários do mensageiro. “Enquanto alguns outros aplicativos consideram seus usuários uma ferramenta para maximizar a receita, consideramos a receita uma ferramenta para maximizar o valor para nossos usuários”, alfinetou.

O primeiro milhão chegou rápido. Afinal, a novidade foi oficializada em 10 de junho por chefe do mensageiro. Em seguida, o serviço foi lançado no dia 19 do mesmo mês e, agora, em 6 de dezembro, tem mais de um milhão de assinantes.

Mesmo assim, a ideia não contagiou muitos usuários.

Telegram Premium já tem mais de um milhão de usuários (Imagem: Bruno Gall De Blasi/Tecnoblog)
Telegram Premium já tem mais de um milhão de usuários (Imagem: Bruno Gall De Blasi/Tecnoblog)

Telegram Premium corresponde a 0,14% dos usuários

A campanha com mensalidades que vão de R$ 12,49 a R$ 24,90 está, de fato, ajudando e pode proporcionar novidades. Mas o Telegram Premium abocanhou uma faixa muito pequena de adesões, ao considerar o universo de 700 milhões de usuários anunciado em junho

Ou seja, o número de assinantes corresponde a 0,14% dos usuários ativos.

Mesmo assim, todo dinheiro ajuda – e Durov deixou claro que que o Telegram está “em um caminho estável rumo à sustentabilidade financeira”. 

Especialmente ao considerar que o Telegram Premium oferece recursos que utilizam bastante processamento, como a ferramenta para transcrever mensagens de voz. 

Os assinantes também têm direito a downloads mais rápidos, forçando ainda mais o tráfego da plataforma.

celular - Como ter uma conta verificada no Twitter
Como ter uma conta verificada no Twitter (Imagem: Jeremy Bezanger / Unsplash)

O Twitter Blue terá o mesmo desempenho?

Sucesso ou não, o Telegram oferece uma abordagem interessante.

Além do Premium, que libera ferramentas exclusivas, Durov lembra que os anúncios do mensageiro não utilizam dados pessoais para segmentação. Toda essa estratégia está alinhada a um dos pontos-chave do mensageiro: a privacidade.

Contudo, esta não é a única rede social a trilhar o caminho das assinaturas para aumentar a receita.

O Twitter participa dessa lista. Desde que Elon Musk assumiu, a empresa apostou muitas das suas fichas no Twitter Blue, um modelo que segue a mesma ideia: oferecer recursos especiais para quem paga por isso. Você ganha até um selo de verificação do caos ao contratar o serviço.

E é aí que entra toda a história: Elon Musk disse em 9 de novembro que o Twitter Blue precisava de “alguns ajustes”, mas que, “de modo geral”, estava “indo bem”. 

Mas não é o que parece. Em 11 de novembro, o New York Times observou que o serviço contava com 140 mil assinantes. Enquanto isso, o Twitter tinha cerca de 240 milhões de usuários ativos no segundo trimestre de 2022.

Resumindo: 140 mil adesões corresponde a 0,05% dos usuários do Twitter. 

No segundo trimestre, o público pagante também não compôs uma fatia muito grande do caixa da empresa. 

Ao todo, a companhia recebeu apenas US$ 101 milhões com assinaturas e outros serviços. Enquanto isso, a receita a partir de anúncios foi de US$ 1,08 bilhão.

Enquanto isso, Musk espera que metade da receita do Twitter seja formada por assinaturas. Mas aí fica uma pergunta: isto é possível?

Aliás, em 2021, apenas 2% dos usuários do YouTube assinaram o Premium. E olha que a oferta é para lá de necessária para ter alguma paz de espírito ao assistir vídeos.

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Bruno Gall De Blasi

Bruno Gall De Blasi

Ex-autor

Bruno Gall De Blasi é jornalista e cobre tecnologia desde 2016. Sua paixão pelo assunto começou ainda na infância, quando descobriu "acidentalmente" que "FORMAT C:" apagava tudo. Antes de seguir carreira em comunicação, fez Ensino Médio Técnico em Mecatrônica com o sonho de virar engenheiro. Escreveu para o TechTudo e iHelpBR. No Tecnoblog, atuou como autor entre 2020 e 2023.

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