Shein perde US$ 36 bilhões em valor de mercado com novos investimentos

Empresa de fast fashion reduz valuation de US$ 100 bilhões para US$ 64 bilhões para conseguir investidores; cenário econômico afeta todo o varejo

Giovanni Santa Rosa
Por
Shein (Imagem: Divulgação)
Shein (Imagem: Divulgação/Shein)

Sinônimo de roupas estilosas e baratas, a Shein é um grande sucesso entre o público jovem. Isso, porém, não está sendo suficiente para evitar uma queda no valor da empresa. A avaliação pode cair de US$ 100 bilhões para US$ 64 bilhões na mais recente rodada de investimentos na companhia.

As informações são do jornal Financial Times. Segundo a publicação, a Shein está em conversas para levantar um investimento de US$ 3 bilhões dos fundos Mubadala, Sequoia China e General Atlantic.

É bastante dinheiro, mas o valor de mercado da companhia está menor. Em abril de 2022, estes três investidores colocaram US$ 1 bilhão na Shein por uma fatia da empresa.

Na ocasião, ela foi avaliada em US$ 100 bilhões, o que a tornava a terceira empresa de capital fechado mais bem avaliada do mundo, atrás da ByteDance (dona do TikTok) e da SpaceX.

Agora, segundo o FT, o investimento de US$ 3 bilhões viria acompanhado de uma avaliação de US$ 64 bilhões. Cada bilhão de dólares deve corresponder a uma fatia maior da empresa que na rodada anterior, portanto.

No último ano, a Shein teve receitas de US$ 30 bilhões.

Shein não está sozinha nessa

O TechCrunch entrou em contato com a Shein, que disse que nem todas as informações da reportagem são precisas.

Mesmo assim, a diminuição no valuation não seria uma surpresa: outras empresas de varejo passaram por processos parecidos recentemente.

O marketplace chinês Pinduoduo, um forte concorrente do Alibaba, chegou a valer US$ 240 bilhões na Nasdaq em fevereiro de 2021, mas caiu para US$ 100 bilhões.

Já a Sea, empresa de Singapura que é dona da Shopee, teve uma queda de 80% no valor de suas ações de novembro de 2021 até agora. Em novembro de 2022, a companhia cortou 7 mil postos de trabalho.

Grande parte disso se deve ao cenário econômico. Com juros altos para combater a inflação, o capital antes disponível para investimentos de risco acabou “secando”.

Empresas que dependiam desse tipo de financiamento precisaram fazer ajustes para tornar seus negócios sustentáveis. Diminuir seu valor também é uma forma de conseguir investimentos com menos dificuldade.

A Shein planeja abrir seu capital em uma das bolsas de valores dos EUA até o fim de 2023. A empresa foi fundada em Nanjing no ano de 2008, mas mudou sua sede para Singapura.

Esta foi uma forma de fugir das regulações mais rígidas da China, para empresas com capital aberto no exterior, e dos EUA, para tratamento de dados por empresas do país asiático.

Com informações: Financial Times, TechCrunch.

Receba mais sobre Shein na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

Relacionados