Google apresenta Bard, sua IA de conversas para concorrer com ChatGPT

Google promete altos padrões de qualidade, segurança e fundamentação em informações reais; ferramenta será disponibilizada gradualmente

Giovanni Santa Rosa
Por
• Atualizado há 6 meses
Logotipo do Google
Google (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O ChatGPT dominou as conversas sobre tecnologia nos últimos meses. Entre as questões, uma não dizia respeito a ele diretamente, mas à concorrência: o Google. Como a gigante das buscas vai reagir? Será que ela vai perder o domínio das pesquisas na internet? Nesta segunda-feira (6), começamos a conhecer a resposta: a empresa anunciou o Bard, seu serviço de conversação usando inteligência artificial.

Segundo o blog post da empresa apresentando a novidade, o Bard é um “serviço experimental de conversação usando inteligência artificial”. Ele vai responder perguntas dos usuários na busca e, claro, bater papo.

O Bard é baseado no LaMDA, sigla em inglês para “modelo de linguagem para aplicativos de diálogo”. A ferramenta de conversa, no entanto, será uma versão mais leve do modelo completo. Assim, dá para usar menos poder de processamento e alcançar mais usuários.

Google promete resultados atualizados

Entre os usos previstos para o modelo, o Google diz que o Bard pode ajudar a “explicar novas descobertas do Telescópio Espacial James Webb da Nasa para uma criança de 9 anos, ou aprender mais sobre os melhores atacantes de futebol do mundo e, em seguida, treinar para desenvolver suas habilidades”.

Em um pequeno vídeo compartilhado, o Google mostra esse primeiro caso na prática. O usuário digita na barra de pesquisa “sobre quais descobertas do Telescópio Espacial James Webb posso falar com meu filho de nove anos?”.

A IA traz, então, novidades de um jeito simplificado, como as galáxias apelidadas “ervilhas verdes”, as imagens de galáxias de 13 bilhões de anos e as primeiras fotografias de um exoplaneta (aqui, ele explica até o que é um exoplaneta).

GIF mostra Bard em ação
GIF mostra Bard em ação (Imagem: Divulgação/Google)

No texto divulgado, Sundar Pichai, CEO do Google, diz ainda que o Bard será capaz de recorrer à internet para conseguir fornecer respostas atualizadas e de alta qualidade.

A escolha deste telescópio não parece por acaso. O conhecimento do ChatGPT iria apenas até 2021. O JWST foi lançado em 25 de dezembro de 2021.

De fato, ChatGPT e outras inteligências artificiais parecem ter problemas na hora de trazer informações factualmente corretas.

Bard chega primeiro para “testadores confiáveis”

Ao contrário do que a OpenAI fez com o ChatGPT, o Google não vai liberar o Bard para todo mundo.

Segund Pichai, o software estará disponível para um grupo de “testadores confiáveis” nesta segunda (6), mas estará disponível de modo mais amplo nas próximas semanas.

Isso não chega a ser uma surpresa. O Google sempre teve um discurso mais conservador com relação à inteligência artificial.

A empresa temia o que poderia acontecer caso a ferramenta fosse usada de modo indevido pelos usuários, já que isso traria danos à reputação da marca.

Com a liberação do ChatGPT, porém, tudo mudou. O Google passou a se ver ameaçado pela nova tecnologia e tratou de se mexer para dar uma resposta.

A Microsoft é uma das maiores investidoras da OpenAI e tem parcerias para trazer as tecnologias da empresa para seus produtos. Recentemente, usuários tiveram acesso a uma nova versão do Bing com o ChatGPT integrado.

Apesar de ter liberado a novidade antes do que se esperava, o texto divulgado pelo Google ressalta que as respostas do Bard atingem um alto grau de qualidade, segurança e fundamentação em informações reais.

A empresa ainda destaca que foi uma ads primeiras a publicar um conjunto de princípios de inteligência artificial, ainda em 2018.

Com informações: Google, The Verge, TechCrunch.

Receba mais sobre Gemini (chat) na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

Relacionados