Twitter adia mais uma vez início da cobrança por acesso à API

Rede social coloca preço de US$ 100 mensais para acesso básico à interface de programação; mudança foi criticada por usuários e pesquisadores

Giovanni Santa Rosa
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• Atualizado há 4 meses
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Twitter (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Após críticas, o Twitter vai deixar para depois as mudanças anunciadas em sua API. Um tweet da empresa diz que as novas políticas, que limitam o acesso, serão adiadas por alguns dias. A rede social pretende cobrar a partir de US$ 100 mensais pelo uso de sua plataforma por desenvolvedores.

“Houve imenso entusiasmo pelas mudanças na API do Twitter”, diz a publicação. “Como parte de nossos esforços para criar uma experiência ideal para a comunidade de desenvolvedores, vamos adiar o lançamento da plataforma em mais alguns dias”.

Meio estranho alguém dizer que existe entusiasmo por uma mudança e, logo em seguida, anunciar que ela será adiada, né?

A rede social anunciou no começo de fevereiro que sua API gratuita seria encerrada no dia 9. Depois, esse prazo foi empurrado para dia 13.

Agora, não se sabe ainda a nova data — a publicação diz apenas que mais informações deverão surgir em breve.

API será gratuita para apenas 1.500 tweets por mês

O Twitter pretendia acabar com toda forma de uso gratuito de sua interface de programação. A decisão foi muito criticada, porque acabaria com várias contas úteis e divertidas da rede social.

Elon Musk recuou e disse que poderia liberar bots que postam “conteúdo bom”.

Posteriormente, a rede anunciou que será possível usar a API gratuitamente para publicar até 1.500 tweets por mês. Em outros casos, o acesso custa a partir de US$ 100 por mês.

É um avanço que “salva” muitos robôs, mas ainda é pouco.

Como aponta o Engadget, recentemente, pesquisadores usaram a API do Twitter para mapear possíveis pedidos de socorro de sobreviventes do terremoto de 7,8 na escala Richter que deixou mais de 36 mil mortos na Turquia e na Síria.

Sem o acesso grátis à API, isso não seria possível. Os responsáveis pelo projeto consideram, inclusive, que os cortes de custos e as rodadas de demissão do Twitter deixaram iniciativas desse tipo mais lentas e limitadas.

Outros projetos incluem mapeamento de tiroteios, monitoramento de tweets apagados de políticos e até um programa que tenta identificar robôs que se passam por pessoas para influenciar o debate público.

Com informações: Engadget.

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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