Microsoft começou testes com IA do Bing Chat em 2017

A Sidney, nome da IA, foi liberada para alguns usuários em 2020 como chatbot; Índia e China foram primeiros países a receberem o teste

Felipe Freitas
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• Atualizado há 5 meses
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Microsoft (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

A Microsoft iniciou os testes com a inteligência artificial usada no Bing Chat em 2017. Por volta de seis anos atrás, a Big Tech começou a usar chatbots em aplicativos e sites específicos. O que parecia só mais um robozinho de respostas automáticas teve um papel na criação da Sidney, IA utilizada pelo “ChatGPT do Bing”.

Se fosse uma música, o Bing Chat estaria no topo das paradas do Spotify. Lançado neste mês de fevereiro, a IA de busca da Microsoft é um dos assuntos populares no universo tech mundial. Porém, os seus primeiros testes com a Sidney passaram batidos na Índia e China.

Testes com IA do Bing começaram em 2020

Caitlin Roulston, diretora de comunicação da Microsoft, em resposta ao The Verge, explicou que a IA Sidney começou a ser testada na Índia em 2020. “Sidney é um codinome velho para a ferramenta de chat baseada nos primeiros modelos [de IA]”, disse Roulston.

Ela afirma que o conhecimento adquirido na época ajudou no desenvolvimento do Bing Chat. Ao que tudo indica, esses testes, que também foram liberados para alguns usuários na China, encerraram entre a virada do ano de 2021 para 2022.

Pelos relatos dos usuários, o recurso no Bing era muito mais uma ferramenta de conversa do que um buscador. No fórum, um dos testadores comentou que falou com a IA sobre o Canadá, natureza e outros assuntos aleatórios.

Testes com IA Sidney iniciaram em 2020 no Bing (Imagem: TheShaunSaw/Tech Community Microsoft)
Testes com IA Sidney iniciaram em 2020 no Bing (Imagem: TheShaunSaw/Tech Community Microsoft)

Outras fontes da Microsoft, em anonimato, divulgaram para o The Verge que a mudança de direção na Sidney aconteceu no ano passado — mesmo ano em que a OpenAI revelou a tecnologia GPT-3. O modelo de linguagem usado pela Microsoft para o Bing Chat se chama Prometheus. Ele é formado pela “união” da experiência dos testes do Bing, iniciados lá em 2017, com o GPT-3.

Antes disso, a sua base continuava um chatbot “básico”, não diferente daqueles usados por lanchonetes no WhatsApp.

Em ritmo agressivo, a Sidney evoluiu

Em 2017, no blog oficial do Bing, a Microsoft mostrou alguns chatbots para aplicativos de mensagens, como Skype e Telegram, e de complementos para o Bing. Isso também serviu de base para o Bing Chat.

Entre os bots mostrados pela empresa está um chat para saber informações sobre estabelecimentos. Esse recurso, que estava disponível na cidade de Seattle, ajudava consumidores a saber informações sobre restaurantes, como forma de pagamento e cardápio. Porém, o Bing Chat sofre com tarefas desse tipo — ainda mais que nem todos os lojistas completam os cadastros dos locais no Google ou Bing.

A mudança de foco também é vista em um recurso para “botificar” a internet. A empresa divulgou que seu plano era criar um InfoBot. Como mostra a imagem, os usuários poderiam saber algo de algum site perguntando no chat. O recurso ainda possui um botão para levar o usuário ao Bing para saber mais sobre o tema.

InfoBot da Microsoft buscava informações de sites específicos (Imagem: Divulgação/Microsoft)
InfoBot da Microsoft buscava informações de sites específicos (Imagem: Divulgação/Microsoft)

Esse formato mostra que o usuário teria a lista de resultados no buscador, mas poderia saber algo mais pontual perguntando no InfoBot. Na imagem vemos um usuário recebendo a informação da composição étnica de Singapura — sem precisar carregar uma nova página.

Todavia, a empresa seguiu outros caminhos. Hoje a Sidney pode me dar aquela resposta, mas não necessariamente buscando só da Wikipedia. A IA procura por toda a internet fontes para me responder — e ainda indica os links para eu acessar.

A mudança de direção foi positiva para a Microsoft. Tanto que fez o Google acelerar os planos de buscador conversacional. Para Bill Gates, o Bing Chat ameaçará o lucro da rival. Óbvio, mesmo com seis anos de testes, a IA tem falhas. Esses problemas reforçam algo falado constantemente: ainda há espaço para a tecnologia evoluir.

Com informações: The Verge

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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