IA auxiliada por humanos foi mais eficiente que modelo “autônomo” em estudo do MIT

Pesquisadores da área de engenharia testaram dois modelos de IAs para criar estruturas de vigas; estudo mostra uso da tecnologia como assistente profissional

Felipe Freitas
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Mãozinha de humano fez IA apresentar melhor resultado em estrutura de construção (Imagem: Reprodução/Dall-e)
Mãozinha de humano fez IA apresentar melhor resultado em estrutura de construção (Imagem: Reprodução/Dall-e)

Engenheiros do MIT publicaram um artigo sobre diferentes modelos de inteligência artificial na construção civil. No experimento, os pesquisadores usaram duas IAs para criar uma estrutura de vigas. Uma delas foi auxiliada regularmente, enquanto a outra teve que se virar sozinha com os inputs da construção.

A questão do momento, que acompanha a popularização de ChatGPT e Bing Chat, é: as IAs vão nos substituir? Talvez. Mas enquanto isso não acontece, o estudo mostra que a colaboração entre humano e máquina pode ser o melhor caminho para todos.

“Isso é viga, Inteligência Artificial”

No experimento, os engenheiros Dat Ha e Josephine Carstensen, ambos do conceituado Instituto de Tecnologia de Massachusetts, utilizaram IAs que desenvolvem estruturas complexas de arquitetura. Essas tecnologias estão se popularizando na engenharia civil, mas apresentam falhas de “tudo ou nada”.

Em medições mais complexas sobre a capacidade de carga suportada por alguma estrutura, como uma viga, elas podem apresentar resultados superestimados ou não conseguem apresentar o máximo de peso que o material resiste. O primeiro caso pode até ser “melhor errar para mais”, mas pode encarecer, sem necessidade, uma construção.

Nos testes, as duas IA receberam os comandos padrões sobre o projeto. Uma delas recebia “avaliações” periódicas dos resultados e corrigiam as falhas. Como um professor aplicando uma monitoria com algum aluno. A outra tinha que aprender por conta própria. A IA que teve a ajuda de humanos se saiu melhor.

Na segunda imagem, engenheiros apontaram para a IA que as vigas marcadas eram desnecessárias. A IA removeu as vigas e reforçou outros pontos (Imagem: Divulgação/Dat Ha e Josephine Carstensen)
Na segunda imagem, engenheiros apontaram para a IA que as vigas marcadas eram desnecessárias. A IA removeu as vigas e reforçou outros pontos (Imagem: Divulgação/Dat Ha e Josephine Carstensen)

Em um comunicado à imprensa, os professores destacam que essa modelo de IA é mais útil em zonas de risco, como áreas de guerra e desastres naturais, pois o sistema que eles criaram é rápido, precisa de menor poder computacional e está disponível no GitHub.

Nos cenários citados, o uso de uma IA mais ágil e que recebe feedback se alia com outras tecnologias. Uma impressora 3D, por exemplo, pode criar estruturas ou equipamentos que seriam mais caros e complicados de fabricar em um ambiente com poucos recursos.

Inteligências artificiais vêm em diferentes “formatos”

O estudo permite um paralelo com os chats conversacionais e o nosso papel em “educá-los”. O ChatGPT e o Bing Chat, que usa uma base parecida, só conseguem entregar resultados por causa do conteúdo gerado por humanos — seja a resposta para uma pergunta, a estrutura de um PL ou uma ideia de um conto.

Se há uma incógnita de sermos substituídos ou não por IAs, a pesquisa mostra um outro lado. Nem toda IA que os humanos usarão será algo extremamente potente como um ChatGPT. Em diversos cenários, como o exemplo mostrado pelos autores dos estudos, as IAs acabarão entrando também no segmento de assistente profissional.

A Alexia pode te ajudar no dia-a-dia, mas ela ainda não sabe fazer a estrutura de uma pequena construção em zona de guerras. E nem o rascunho de um projeto de lei, como sabe fazer o ChatGPT.

Com informações: ExtremeTech e MIT

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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