Meta surpreende e receitas sobem 3% após sequência negativa

Número de usuários das redes sociais da Meta tem crescimento de 5%; apesar de números positivos, lucros caem e despesas disparam

Giovanni Santa Rosa
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Meta (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Meta (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Após meses de resultados desapontantes para os investidores, a Meta finalmente trouxe algumas boas notícias. O relatório financeiro do primeiro trimestre de 2023 mostrou uma alta de 3% nas receitas em comparação com o ano anterior. Até então, já eram três intervalos de queda. Porém, os custos aumentaram, e o lucro diminuiu.

As receitas da Meta foram de US$ 28,645 bilhões de janeiro a março de 2023, contra US$ 27,908 bilhões no mesmo período de 2022.

A expectativa dos analistas ouvidos pela Refinitiv era de US$ 27,650 bilhões — ou seja, uma queda em relação a 2022. O mercado reagiu bem, e as ações da Meta tiveram uma alta de 12%.

Outros bons resultados foram nos números de usuários. Em todos os apps da Meta — Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger — houve um crescimento de 5% em relação ao ano anterior, tanto nos usuários ativos mensalmente quanto nos ativos diariamente.

Gastos e lucros são o lado negativo

A volta do crescimento nas receitas foi a principal notícia, mas há números não tão bons.

As despesas da Meta tiveram crescimento de 10%. No primeiro trimestre de 2023, elas foram de US$ 21,418 bilhões. No mesmo período de 2022, elas foram de US$ 19,384 bilhões.

O lucro líquido também caiu: 24% menor em relação ao ano anterior. No primeiro trimestre de 2023, ele foi de US$ 5,709 bilhões, contra US$ 7,465 em 2022.

Demissões geram custos, mas animam investidores

Ironicamente, parte desse aumento de custos se deu por causa das demissões em massa: a Meta gastou US$ 1,14 bilhão com sua reestruturação. A empresa alerta que esses gastos podem chegar a US$ 5 bilhões ao longo de 2023.

A Meta tem 77.114 funcionários, 1% a menos que no ano passado. Esse número já reflete o layoff de novembro de 2022, mas ainda inclui os que foram e serão demitidos em 2023.

Mark Zuckerberg, CEO da empresa, vem dizendo que 2023 é o “ano da eficiência”.

Ele reforçou essa mensagem no comunicado aos investidores: “[a empresa] está se tornando mais eficiente para que possamos criar produtos melhores com mais rapidez e nos colocarmos em uma posição mais forte para concretizar nossa visão de longo prazo”.

Como nota a CNBC, desde fevereiro, quando surgiram notícias de mais demissões em massa, a Meta vem subindo na bolsa de valores. Em 2023, a alta já chega a 74%.

Isso, no entanto, ainda não foi suficiente para recuperar o tombo de dois terços no valor de mercado que a empresa sofreu em 2022.

Metaverso continua dando prejuízo

O metaverso foi a grande aposta de Mark Zuckerberg em 2021, quando a empresa antes conhecida como Facebook passou a se chamar Meta. De lá para cá, ele levou um puxão de orelha dos acionistas, que querem mais investimentos em inteligência artificial.

A Reality Labs — divisão da Meta responsável por desenvolver as tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada para o metaverso — teve um prejuízo de US$ 3,99 bilhões.

Está ruim, e vai piorar. Segundo a Meta, as perdas deste setor da empresa vão aumentar neste ano.

Com informações: Meta, CNBC, Reuters

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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