Startup que promete criptomoeda para quem escanear íris lança app no Brasil

Worldcoin, fundada pelo CEO da OpenAI, quer comprovar que usuários não são robôs e criar uma renda básica universal; até agora, não mostrou nada disso na prática

Giovanni Santa Rosa
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App World só libera alguns recursos para quem escanear a íris
App World só libera alguns recursos para quem escanear a íris (Imagem: Divulgação/Worldcoin)

A Worldcoin é um projeto ambicioso, para dizer o mínimo: ela quer comprovar que pessoas são realmente humanas e promete um pagamento em criptomoeda para quem escanear sua íris. Até agora, não há nada concreto. Nesta segunda-feira (8), porém, ela deu um passo, lançando a carteira World em 80 países, incluindo o Brasil.

O app World, disponibilizado oficialmente nesta segunda-feira (8) para Android e iOS, é uma carteira de criptomoedas minimalista. Ela se conecta ao blockchain Polygon e permite comprar, vender e guardar moedas digitais. Mas não é só isso.

Para quem escaneou sua retina usando um equipamento chamado Orb, da própria Worldcoin, o aplicativo serve como uma comprovação de que o usuário é humano e um passaporte para login sem senhas. É a chamada World ID.

Por enquanto, porém, tudo isso é promessa: a distribuição das criptomoedas para quem entregou os dados da íris ainda precisa de aprovação regulatória, e poucos desenvolvedores aderiram à World ID como forma de login.

Fundada por Sam Altman, Worldcoin foi alvo de críticas

A Worldcoin é um projeto da empresa Tools for Humanity, que tem como co-fundador e presidente ninguém menos que Sam Altman, CEO da OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT e do Dall-E.

O projeto foi lançado em 2021, com a promessa de criar uma espécie de renda básica universal, fazendo um pagamento em criptomoedas para quem escaneasse sua íris.

Esquisito, né? Pois é, mais gente achou que essa ideia era quase distópica e bem problemática.

A MIT Review Technology mostrou que, durante os primeiros meses, a renda básica universal tinha ficado só na promessa. Tudo que a Worldcoin tinha feito era uma base de dados biométricos de pessoas pobres, que precisam receber ajuda financeira.

A Tools for Humanity, então, mudou o discurso e começou a falar sobre a “proof of personhood”, algo como “prova de ser uma pessoa”, em tradução livre. Isso seria necessário para, no futuro, com as inteligências artificiais mais desenvolvidas, diferenciar quem é humano de quem é robô.

A carteira do app World seria o primeiro passo para isso. O resto? Por enquanto, só na teoria.

Com informações: CoinDesk, Worldcoin

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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