5G completa dois anos no Brasil e não decola em Internet das Coisas
Sinal de 5G puro está disponível em mais de 400 cidades brasileiras, mas cobertura é restritas nos municípios já atendidos
Sinal de 5G puro está disponível em mais de 400 cidades brasileiras, mas cobertura é restritas nos municípios já atendidos
No dia 6 de julho de 2022, a primeira antena de 5G puro foi ativada comercialmente em Brasília (DF). Dois anos se passaram e a quinta geração já é realidade no Brasil, com cobertura em todas as capitais e diversas cidades de pequeno e médio porte. No entanto, estamos longe de ver na prática as promessas da tecnologia, especialmente quando se fala de Internet das Coisas.
Ainda que a maioria dos smartphones disponíveis no mercado têm compatibilidade com 5G, o número de dispositivos habilitados ainda é baixo no Brasil. Os dados mais recentes da Anatel são de maio de 2024, e apenas 10,7% dos dispositivos estão aptos para o funcionamento na tecnologia.
Ainda estamos longe de alcançar os dispositivos com 4G, que representam 74,1% de todos os celulares brasileiros. Mesmo assim, o crescimento do 5G existe e é significativo.
No primeiro ano de operação, o parque de celulares 5G era de 12,7 milhões de smartphones. Em menos de um ano, o número mais do que dobrou: já são 27,9 milhões de dispositivos registrados pela Anatel.
A tendência é o crescimento continue nos próximos períodos, visto que o 5G já é um item presente mesmo nos smartphones mais básicos lançados pelas fabricantes. Claro, TIM e Vivo não cobram taxa extra para acessar suas redes de quinta geração, o que acelera ainda mais a adoção.
Um grande entrave para o crescimento do 5G no Brasil é a cobertura. De acordo com dados da Teleco, a quinta geração na frequência de 3,5 GHz está presente em 444 municípios brasileiros, com 57,8% da população atendida. O levantamento leva em conta o serviço oferecido pelas operadoras Claro, TIM, Vivo e Algar.
Entre as grandes operadoras, a TIM é líder em municípios cobertos e população atendida, com sinal 5G disponível em 321 municípios. A Claro aparece em seguida, com 248 cidades, seguida pela Vivo, com 205 localidades.
De acordo com a Anatel, esse número pode ser ainda maior: são 589 cidades com antenas licenciadas e sinal ativo nas frequências de 2,3 GHz e 3,5 GHz.
Os números parecem grandes, mas, na prática, a cobertura 5G ainda é restrita mesmo nas cidades já atendidas pelas teles. Por exigir grandes investimentos, a maioria das operadoras prioriza a instalação das antenas de quinta geração para determinadas regiões, o que torna o sinal raro em locais mais afastados dos centros e bairros nobres.
Um estudo da Opensignal divulgado em abril mostra que o sinal de 5G está disponível em apenas 9,9% do tempo entre os usuários da tecnologia. No final das contas, os smartphones ainda dependem muito do 4G.
Uma das grandes promessas do 5G eram as possibilidades de Internet das Coisas. As operadoras sempre falavam sobre utilização em sensores, cirurgias remotas, máquinas agrícolas, cidades inteligentes…
Na prática, ainda estamos longe de ter pleno uso da quinta geração para esse tipo de solução. De acordo com a Anatel, o Brasil registrou 39,5 mil acessos M2M (máquina a máquina) nas redes 5G no mês de maio. Isso não representa nem 0,2% da base de chips de Internet das Coisas.
Fora a utilização nos smartphones, as operadoras oferecem planos de 5G para banda larga fixa FWA. Claro, Vivo e Algar lançaram seus pacotes, mas com franquia limitada e equipamento caro.
“Nossa, as operadoras ficam divulgando sobre 5G mas nem fazem o 4G funcionar direito”. Frases como essa são muito comuns de serem ouvidas, mas não fazem muito sentido.
Uma das consequências da ampliação do 5G é a melhora na experiência de uso com 4G. A nova tecnologia traz espectro dedicado, e permite que smartphones compatíveis utilizem a quinta geração em prol das demais. Isso ajuda a desocupar as frequências do 4G, deixando o serviço menos congestionado e melhor para todos os usuários.
Após a expansão do 5G, a Opensignal registrou melhorias na rede 4G: a velocidade média de download nas redes de quarta geração foi de 28,9 Mb/s, contra 24,4 Mb/s no ano anterior.
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