Apenas 7% dos brasileiros trocam de smartphone todo ano, aponta pesquisa

Novo levantamento observou o perfil de consumo de smartphones no Brasil. Maioria leva mais tempo para adquirir um novo aparelho e poucos se importam com IA.

Felipe Faustino
• Atualizado às 09:23
Resumo
  • Apenas 7% dos brasileiros trocam de smartphone a cada lançamento.
  • Maioria mantém o aparelho por dois anos ou mais e valoriza processamento e memória.
  • Apenas 3% priorizam IA na escolha do celular; 94% usam capa protetora.

Você vê necessidade em trocar de smartphone a cada novo lançamento? O brasileiro médio, aparentemente, não: só 7% fazem isso. Segundo uma pesquisa divulgada nesta semana, a maior parte dos entrevistados (30%) disse que faz a troca a cada três anos. Outros 27% fazem isso a cada dois anos, 19% a cada quatro anos e 16% ficam com o mesmo modelo por cinco anos ou mais.

O estudo “O brasileiro e seu smartphone” foi realizado pelo site especializado Mobile Time em parceria com a empresa de pesquisas Opinion Box. Foram ouvidas 2.039 pessoas em todo o país.

Diversos aparelhos ao longo da vida

No total, 72% dos brasileiros já tiveram quatro ou mais celulares na vida. O cenário atual pode ser um indicativo de que o celular já não é mais visto como uma novidade que exige atualização constante.

Outra prova disso é que, embora metade dos entrevistados queira comprar um novo aparelho nos próximos 12 meses, 30% dizem que simplesmente não precisam, enquanto 11,2% ainda não sabem. Apenas 10,3% afirmam que a compra não deve ocorrer por falta de dinheiro.

Enquanto isso, as fabricantes prometem mais tempo de vida útil. Além da Apple, reconhecida por esse suporte maior, outras marcas já oferecem até sete anos de updates, como Samsung e, mais recentemente, a Honor.

O retrato do smartphone no Brasil

  • As classes D e E concentram a maior proporção de pessoas que trocam de smartphone anualmente (8%). No entanto, também são as mais afetadas (38%) por furtos e roubos.
  • 94% dos entrevistados utilizam algum tipo de capa protetora.
  • 30% estão com a tela do smartphone arranhada, trincada ou rachada. O problema é mais comum entre homens (33%) do que entre mulheres (27%).
  • 86% compraram o smartphone atual novo. Só 6% adquiriram um aparelho usado, número menor do que aqueles que ganharam o celular por doação de uma pessoa próxima (8%).
  • 51% compraram o celular atual pela internet, contra 44% que optaram por lojas físicas.

Smartphones são usados para tudo

O estudo reforça o quanto os smartphones substituem uma série de outros objetos. A função mais usada é a de câmera fotográfica, utilizada por 81% dos entrevistados. Em seguida, aparecem ferramentas básicas, como alarme (74%), calculadora (71%) e relógio (69%).

As carteiras digitais também parecem ter tirado o cartão de crédito físico e o RG dos bolsos de boa parte dos brasileiros: metade já utiliza o telefone para pagamentos por aproximação e 47%, para carregar os documentos de identidade.

Veja as dez funções mais usadas:

FunçãoAdesão
Câmera fotográfica81%
Alarme74%
Calculadora71%
Relógio69%
Mapa66%
Aparelho de som57%
Calendário56%
Cartão de crédito ou débito para pagamento por aproximação50%
Carteira de documento de identidade47%
TV (para ver filmes, séries e programas ao vivo)45%

IA ainda não é prioridade na compra

As gafes envolvendo a Apple Intelligence, por exemplo, só afetam mesmo a própria imagem da gigante de Cupertino, pois o brasileiro não liga para a integração com IA. Apesar de serem a grande aposta das fabricantes, os recursos ainda não fazem parte das prioridades do consumidor. Apenas 3% dos entrevistados citaram a inteligência artificial como o fator principal para a escolha de um novo smartphone. É um número que ainda deve mudar conforme essas ferramentas se popularizam.

Dessa forma, para 31% dos entrevistados, o que mais importa é a capacidade de processamento, seguida da memória (25%). A qualidade da câmera (16%), duração da bateria (15%) e conexão 5G (5%) fecham o top 5 de prioridades.

Relacionados

Escrito por

Felipe Faustino

Felipe Faustino

Redator

Felipe Faustino é bacharel em jornalismo pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). Escreve sobre tecnologia, eletrônicos e ciências, editoria na qual também atuou pelo Jornal da USP. Além de jornalista, fã de tecnologia e fissurado por questões de meio ambiente, é, sobretudo, apaixonado pela DC Comics e pelo SPFC.