Bing terá tabelas, listas, vídeos e links nas respostas geradas por IA

Nova experiência de busca do Bing vai colocar IA generativa em destaque. Microsoft promete conteúdos aprofundados e precisos.

Giovanni Santa Rosa

A Microsoft anunciou que seu buscador, o Bing, vai mudar o layout para colocar as respostas geradas por inteligência artificial em lugar de destaque. Agora, elas aparecerão na parte central, junto a uma curadoria de links e conteúdos mais ricos, como listas e tabelas. Os resultados tradicionais ficarão em uma barra lateral, na parte direita da tela.

A nova experiência foi liberada a um pequeno grupo de usuários. A Microsoft pretende coletar feedback e fazer mais testes antes de disponibilizar a ferramenta para mais pessoas. Além disso, ainda não há informações de como isso vai ficar em smartphones, apenas em desktops.

No exemplo dado pela Microsoft, a busca “o que é spaghetti western” leva a um resumo sobre o gênero cinematográfico, com bullet points dedicados às principais características. A IA também indica vídeos que explicam a história deste tipo de filme e sugere os principais títulos.

Em outra demonstração, a busca “quanto tempo um elefante vive” traz a resposta em destaque, acompanhada de uma tabela com diferentes espécies e uma lista de fatores que podem influenciar na longevidade destes animais.

Como dá para perceber, uma busca no Bing poderá mostrar muito mais do que apenas um texto gerado por IA, com um conteúdo mais rico, abrangente e profundo. Já os resultados de busca tradicionais, com links para sites que falam sobre o assunto pesquisado, vão aparecer em uma barra lateral, na direita da tela.

De certa forma, isso ainda é um lugar de destaque; nas AI Overviews, do Google, eles aparecem um pouco mais escondidos, abaixo da busca.

Microsoft promete precisão nas informações

Entre os maiores buscadores do mercado, o Bing foi o primeiro a adotar a IA generativa, ainda em formato de chatbot. A tecnologia foi alvo de críticas nos últimos meses, depois de a ferramenta do Google sugerir usar cola para grudar o queijo na pizza e beber urina para tratar pedra nos rins.

A Microsoft diz ter refinado seus métodos para otimizar a precisão da funcionalidade. Segundo a empresa, modelos de linguagem grandes (LLMs) e pequenos (SLM) servem de base para coletar as informações e gerar as respostas.

A companhia afirma que a ferramenta “entende os termos da busca, revisa milhões de fontes de informação, combina conteúdos de forma dinâmica e gera resultados de busca em um novo layout gerado por IA para satisfazer o desejo do usuário de maneira mais eficaz”.

Empresa afirma que tráfego não será afetado

Outra crítica feita a este tipo de ferramenta é que ela pode ter um impacto negativo no ecossistema da internet. Atualmente, o Google é uma fonte relevante de tráfego para muitos sites, e é este tráfego que garante dinheiro de anúncios, permitindo que o negócio se sustente.

Se os buscadores passarem a dar todas as respostas usando IA, o tráfego dos sites tende a cair, bem como seu faturamento. Isso pode levar a uma situação em que produzir conteúdo seja economicamente inviável.

Ironicamente, este conteúdo é o que abastece a IA; sem ele, as ferramentas do tipo podem ficar menos precisas ou mesmo menos úteis.

A Microsoft alega que o novo design do Bing foi pensado com isso em mente. A companhia afirma que dados preliminares indicam que a experiência mantém o número de cliques em links para os sites. Os trechos dos textos gerados por IA também exibem links para as fontes das informações.

Com informações: Microsoft Bing Blogs, Windows Central, The Verge

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.