Estudo mostra que maioria dos textões do LinkedIn foi escrita por IA

Pesquisa foi realizada avaliando textos publicados em inglês. Estudo aponta que boom de textos gerados por IA coincide com popularização do ChatGPT

Felipe Freitas
• Atualizado há 1 semana
Resumo
  • Estudo da startup Originality AI revela que 54% das postagens no LinkedIn com mais de 100 palavras foram provavelmente geradas por inteligência artificial.
  • A popularização do ChatGPT em 2023 coincide com um aumento de 189% em textos gerados por IA na plataforma.
  • O LinkedIn não verifica se textos foram criados por IA, mas possui ferramentas para identificar conteúdo de baixa qualidade.

Uma pesquisa realizada com milhares de textos em inglês no LinkedIn mostra que a maioria foi escrita por inteligência artificial. O estudo avaliou 8.795 postagens com mais de 100 palavras publicadas entre janeiro de 2018 e outubro de 2024. 54% deles são provavelmente gerados por IA, a tecnologia do momento.

A pesquisa foi realizada pela startup Originality AI, que desenvolve ferramentas de detecção de conteúdo criado por IAs, e divulgada pela revista Wired. O próprio LinkedIn, que é de propriedade da Microsoft, fornece no seu plano Premium uma ferramenta de inteligência artificial para aprimorar publicações, perfil e mensagens diretas.

O que levou ao aumento de textos de IA no LinkedIn?

Segundo John Gillham, CEO da Orginality AI, o salto de publicações de textos gerados por IA ocorreu no início de 2023, quando o ChatGPT começou a se popularizar. A IA generativa da OpenAI foi lançada no fim de 2022. O crescimento de textos supostamente gerados por IA foi de 189%.

No momento, a tecnologia não é capaz de garantir com precisão se um texto é ou não criado por inteligência artificial (e é provável que essa tecnologia nunca surja). Por isso os textos são apontados como “provavelmente gerados por IA”.

Em resposta ao caso, o LinkedIn disse que não analisa se os textos foram escritos ou editados por IA. Porém, a plataforma afirma que tem ferramentas para detectar textos de baixa qualidade e duplicados, que podem indicar que foram feitos por inteligência artificiais. Nesses casos, a rede social corta o alcance da publicação.

Usuários do LinkedIn que usam IA nos textos (seja para a criação ou edição) foram ouvidos pelo Wired. Em resposta ao veículo, os usuários dizem preferir as IAs generalistas (como o ChatGPT e Claude) às ferramentas dedicadas para textos e conteúdo profissional.

“O que aprendi com jornalismo de tecnologia”

Trabalhando com jornalismo de tecnologia desde 2021, pude acompanhar o crescimento das IAs generativas. E, não querendo ser engenheiro de obra-pronta, o resultado do estudo não me surpreende. IAs generativas são ótimas para gerar lero-lero e viralizar no LinkedIn — no Instagram e no Google também.

O ChatGPT, Copilot, Gemini e até o Galaxy AI permitem que os usuários gerem textos do zero ou peçam melhorias no que foi produzido. Com a popularização dessas ferramentas começaram a surgir sites criados para gerar receita com o Google Ads. Os criadores usam as IAs para produzirem textos com SEO otimizado e ficar entre os primeiros resultados do Google.

No Instagram, você provavelmente já viu alguma página de meme com uma legenda sobre algum carro ou explicando alguma coisa. Essa é a estratégia usada pelas páginas para que o algoritmo entenda que o conteúdo é educativo e amplie o alcance do post.

Com informações: Wired

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.