EUA pedem na Justiça que Google venda Chrome e tenha restrições no Android
Justiça decidiu que Google tem monopólio nas buscas e discute medidas. Empresa diz que pedido faz parte de "agenda intervencionista radical".
Justiça decidiu que Google tem monopólio nas buscas e discute medidas. Empresa diz que pedido faz parte de "agenda intervencionista radical".
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) pediu oficialmente que o Google seja obrigado a vender o Chrome. Além de se livrar do navegador, as autoridades querem a empresa faça alterações no Android para que ele não favoreça seus próprios serviços.
Outra medida é a proibição de contratos para que o Google seja o mecanismo de pesquisa padrão de outros produtos. Atualmente, a gigante das buscas paga bilhões a outras empresas (como a Apple) para vir pré-configurado em smartphones e navegadores, por exemplo. A companhia também teria que ser mais transparente sobre a precificação dos anúncios que aparecem no topo das buscas.
O DOJ quer que o Google licencie dados relacionados às buscas feitas por usuários. Assim, os concorrentes poderiam usar estas informações para aperfeiçoar seus produtos.
Durante as audiências, Satya Nadella, CEO da Microsoft, falou disso no melhor jeito “dilema Tostines”: ele avalia que o Google é mais usado porque é melhor, e é melhor porque é mais usado. O maior volume de buscas daria a empresa uma possibilidade maior de aperfeiçoar seu buscador, enquanto os concorrentes sempre seriam piores por não ter esse volume.
“A competição não é equitativa porque a conduta e a qualidade do Google refletem os ganhos ilícitos de uma vantagem conseguida ilegalmente”, diz o DOJ. “Os remédios devem fechar esta lacuna e privar o Google destas vantagens.”
A solicitação faz parte do processo em que o juiz Amit Mehta decidiu que a empresa tem um monopólio e práticas monopolistas no mercado de buscas. Este é só o primeiro passo: as medidas para resolver a situação só devem ser definidas em agosto de 2025, após novas audiências.
As sugestões do DOJ já eram esperadas. Na segunda-feira (dia 18/11), a Bloomberg antecipou o pedido oficial, com base em informações de pessoas familiarizadas com o assunto.
Em um texto assinado por Kent Walker, chefe jurídico do Google, a empresa diz que o pedido faz parte de “uma agenda intervencionista radical que pode prejudicar os americanos e a tecnologia global dos EUA”. Walker também afirma que a proposta ameaça a privacidade pessoal e prejudica a liderança do Google em inteligência artificial.
Com informações: Associated Press, Engadget