Facebook não é mais para fazer amigos, diz Zuckerberg em julgamento da Meta
CEO da Meta diz que Facebook deixou de priorizar amizades e agora foca em entretenimento e descoberta de conteúdo. Empresa pode ter que vender Instagram e WhatsApp.
CEO da Meta diz que Facebook deixou de priorizar amizades e agora foca em entretenimento e descoberta de conteúdo. Empresa pode ter que vender Instagram e WhatsApp.
O julgamento contra a Meta começou nessa segunda-feira (14/04) em um tribunal federal de Washington, nos Estados Unidos. No primeiro dia do processo, o CEO da empresa, Mark Zuckerberg, prestou depoimento e fez uma declaração que, para muitos, talvez não seja surpresa: o Facebook deixou de ser um espaço voltado à conexão entre amigos.
Durante as horas em que esteve no tribunal, Zuckerberg afirmou que o propósito original da rede social foi transformado ao longo de 20 anos. Segundo ele, a proposta atual é menos sobre manter laços pessoais e mais voltada à descoberta de conteúdo e ao entretenimento no feed. “A parte da amizade caiu bastante”, declarou. “O feed se tornou um espaço mais amplo de descoberta”.
O comentário surgiu após representantes do governo revelaram um e-mail interno enviado por Zuckerberg em 2022, no qual compartilha uma ideia que chamou de “maluca”: eliminar todas as conexões de amizade dos usuários.
Na mensagem, o CEO menciona a possibilidade de apostar mais nas interações entre amigos, substituindo o sistema atual para um modelo de “seguidores”, mas sugere apagar completamente os “gráficos sociais” (as redes de conexões dos usuários) para que todos recomecem do zero.
Tom Alison, diretor do Facebook, respondeu o e-mail dizendo que a proposta “não seria viável”, considerando especialmente o papel das conexões de amizade no Instagram. Zuckerberg, por sua vez, questionou a resistência: “Você tem noção de quanto trabalho daria para converter perfis em modelos de seguidores?”.
O julgamento da Meta pode se estender por até oito semanas e, como não há júri, será decidido pelo juiz James Boasberg. A ação é movida pela Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC, na sigla em inglês), que acusa a Meta de práticas anticompetitivas.
Mesmo que a FTC consiga provar que a Meta detém poder de monopólio no mercado, também precisará provar que a empresa agiu ilegalmente para conquistar ou manter sua posição. O órgão alega que a empresa adquiriu outras redes sociais para impedir a concorrência. Caso perca, a Meta poderá ser obrigada a vender o Instagram e o WhatsApp, que, sozinho, gera US$ 10 bilhões por ano para a empresa.
Com informações do Business Insider e The Verge
{{ excerpt | truncatewords: 35 }}
{% endif %}