Hacker devolve US$ 26 milhões em criptomoeda roubada

O endereço da carteira do hacker foi colocado em uma lista negra

Felipe Ventura
• Atualizado há 8 meses

No ano passado, a alta do bitcoin puxou o preço de outras criptomoedas. O ether, com o segundo maior valor de mercado, subiu 9.162% — e isso motivou diversos assaltos.

Um deles ocorreu com a CoinDash, startup que prepara uma plataforma para negociar criptomoedas. Em julho de 2017, um hacker invadiu o site da empresa e recebeu 43.400 ETH durante uma oferta inicial de moedas (ICO). Agora, ele devolveu parte do dinheiro roubado.

Foto por BTC Keychain/Flickr

Como explica o Bleeping Computer, o valor foi enviado de volta em duas partes. A primeira foi transferida em setembro, no total de 10 mil ETH (US$ 8,7 milhões); a segunda foi na última sexta-feira (23), quando ele devolveu mais 20 mil ETH (US$ 17,45 milhões).

No entanto, o hacker ainda está com mais de 13.400 ETH (US$ 11,7 milhões). Vale notar que, na época, o total do assalto equivalia a apenas US$ 7,4 milhões. O site da CoinDash foi invadido durante o ICO, e o endereço da carteira para receber dinheiro dos investidores foi modificado.

Mas por que devolver as moedas roubadas? Alguns especialistas acreditam que o hacker não consegue usar o ether, porque o endereço da sua carteira foi colocado em uma lista negra. A maioria das plataformas de negociação identifica sua carteira como “FAKE_CoinDash“, e se recusa a converter os fundos por medo de serem processadas.

Há também quem acredite que a invasão foi um trabalho interno, e o “hacker” só devolveu os fundos depois que a SEC — comissão de valores mobiliários dos EUA — começou a acompanhar ICOs mais de perto. Outros acham que é um golpe de marketing para chamar atenção para a CoinDash.

De um jeito ou de outro, o dinheiro voltou irrevogavelmente para a CoinDash. A empresa diz que está trabalhando com a unidade antiterrorista de Israel para identificar o hacker.

Com informações: Bleeping Computer, CoinDesk.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.