YouTube, Netflix e outros streamings superam a TV nos EUA
Relatório de maio de 2025 nos EUA mostra que streaming atingiu 45% da audiência, contra 44% da TV tradicional; adesão do público mais velho ajudou nos números.
Relatório de maio de 2025 nos EUA mostra que streaming atingiu 45% da audiência, contra 44% da TV tradicional; adesão do público mais velho ajudou nos números.
Pela primeira vez, o streaming superou a televisão tradicional nos Estados Unidos. Em maio de 2025, plataformas como YouTube, Netflix e Disney+ concentraram 45% do tempo total de exibição, superando a audiência combinada da TV a cabo (24%) e da TV aberta (20%).
Os dados são da mais recente edição do relatório “The Gauge”, divulgado nesta terça-feira (17/06) pela consultoria Nielsen, que mostram um grande avanço das plataformas entre o público mais velho. Quando a empresa começou a fazer essa medição, em 2021, o streaming representava apenas 26% da audiência.
Embora os jovens tenham sido os primeiros a migrar para o streaming, a mudança de hábito do público com mais de 65 anos foi o que levou a essa virada histórica, segundo o relatório. Este público representa um terço de todo o tempo gasto assistindo TV nos Estados Unidos.
O YouTube é o principal beneficiado por essa mudança. Segundo a Nielsen, o tempo que os espectadores com mais de 65 anos passaram assistindo ao YouTube em suas TVs cresceu 106% em maio de 2025, em comparação com o mesmo mês de 2023.
O volume de consumo desse grupo na plataforma de vídeos do Google já se equipara ao de crianças com menos de 11 anos, outra faixa etária com alta audiência.
A terceira idade tem aderido em peso a plataformas de streaming, inclusive as gratuitas. Com isso, o tempo de exibição de pessoas com mais de 65 anos no YouTube em uma TV cresceu 106% em relação a maio de 2023.
Somados, os serviços gratuitos de streaming Tubi (ainda pouco conhecido no Brasil), Roku Channel e Pluto TV responderam por 5,7% de todo o tempo de exibição de TV em maio nos EUA, superando a audiência combinada dos serviços Disney+ e Hulu, ambos da Disney.
Brian Fuhrer, vice-presidente sênior da Nielsen, explica o porquê dessa preferência: para esse público, o modelo com publicidade “não é particularmente chocante, porque eles estão acostumados a assistir anúncios” na TV tradicional. Essa tendência é reforçada por uma pesquisa recente que mostra que metade dos planos de streaming nos EUA já inclui anúncios.
A TV a cabo foi a mais impactada pela mudança de hábitos de consumo no país. Desde 2021, a audiência no modelo caiu 39%, enquanto a queda na TV aberta foi de 20%.
Um dos motivos apontados pelos analistas é o redirecionamento de investimento: muitos canais perderam conteúdos originais para alimentar os serviços de streaming das mesmas empresas — a HBO com seus conteúdos na HBO Max, por exemplo —, ficando cada vez mais dependentes de reprises.
Outro fator é a perda de exclusividade dos grandes eventos ao vivo, tradicionalmente o carro-chefe da TV aberta. Transmissões como o Super Bowl, os Jogos Olímpicos e o Oscar também passaram a ser exibidas em plataformas de streaming.
Entre todas as plataformas, o YouTube e a Netflix lideram com folga a audiência de streaming no mercado americano. Em maio, o YouTube respondeu por 12,5% de todo o tempo de uso da televisão — mais que qualquer outro serviço. Logo atrás, aparece a Netflix, com 7,5%.
Juntas, as duas representam mais de um terço do tempo total gasto com streaming no país. Veja abaixo a fatia de cada empresa no tempo total de uso da TV nos EUA, segundo a Nielsen:
Serviço | Tempo de uso da TV |
---|---|
YouTube | 12,5% |
Netflix | 7,5% |
Disney | 5% |
Amazon Prime Video | 3,5% |
The Roku Channel | 2,5% |
Paramount | 2,2% |
Tubi | 2,2% |
Warner Bros. Discovery | 1,5% |
Peacock | 1,4% |
Com informações de The New York Times
{{ excerpt | truncatewords: 35 }}
{% endif %}