iPhone vai substituir o VAR na Premier League

Primeira divisão do futebol inglês vai usar sistema com iPhones 14 e 15 para detectar impedimentos. Palavra final ainda será do árbitro de campo

Felipe Freitas

A próxima temporada Premier League, primeira divisão do futebol inglês, usará iPhones no lugar do VAR. A liga inglesa, contratando os serviços da Genius Sports, que já atua na NBA, terá uma combinação de iPhones 14 e 15 com um programa próprio para detectar as posições de impedimento. O programa Dragon promete ser mais eficiente que a tecnologia atual — e que o julgamento do VAR, mas a palavra final ainda será do árbitro de campo.

A Genius Sports, que terá apoio da sua subsidiária Second Spectrum, disse que serão usados 28 iPhones nos estádios da Premier League. O número de modelos pode ser expandido no futuro para até 100 smartphones. Uma das vantagens do uso de celulares é o custo menor quando comparado com câmeras tradicionais.

iPhones capturam milhares de pontos nos jogadores

As câmeras do iPhone captarão entre 7.000 e 10.000 pontos nos corpos dos jogadores. Isso deve auxiliar na detecção dos impedimentos com centímetros de vantagem. Com esses milhares de pontos, ficará mais fácil saber se o tronco realmente estava na frente do outro jogador, por exemplo.

Milhares de pontos nos corpos dos jogadores são os pontos fortes do Dragon em relação ao VAR (Imagem: Divulgação/Genius Sports)
Milhares de pontos nos corpos dos jogadores são os pontos fortes do Dragon em relação ao VAR (Imagem: Divulgação/Genius Sports)

Os métodos de marcação semiautomática de impedimento, usado na Copa do Mundo de 2022 e na Eurocopa deste ano, usam algumas dezenas de pontos, entre 10 e 15 câmeras e um sensor na bola. Contudo, ele pode ter alguns pontos cegos, como em casos de jogadores muito próximos. E o número de câmeras não é o bastante para cobrir todos os ângulos da jogada.

A alta captura de frames do iPhone 14 e 15 também auxilia a entender o início da jogada, quando o jogador fez o passe e quando a bola deixou os seus pés. No início do projeto, os smartphones gravarão apenas em 100 fps, mas esse valor pode subir para até 200 fps no futuro.

Gravar sem parar por 90 minutos esquenta o iPhone. Por isso, os celulares ficarão armazenados em um compartimento especial (também para proteger da chuva) e com um sistema de ventilação extra. Nesse compartimento eles também estarão ligados ao carregador.

Continuidade do projeto ainda dependerá de aprovação

Porém, apesar de promissor, a palavra final sobre a adoção e continuidade do Dragon será dos jogadores e torcedores. Ainda que a tecnologia estreie já nesta sexta-feira, ela ainda precisará dessa aceitação.

Quem acompanha futebol pode considerar o VAR demorado — e às vezes essa demora termina com o árbitro errando com convicção. Se o Dragon (e os iPhones) forem mais precisos e mais rápidos, já largam na frente do VAR.

Foi impedimento? Palavra final continuará com o árbitro de campo (Imagem: Divulgação/Genius)
Foi impedimento? Palavra final continuará com o árbitro de campo (Imagem: Divulgação/Genius)

O árbitro de vídeo é quem convoca o árbitro de campo para avaliar uma jogada suspeita. Assim, você tem duas etapas de verificação: na primeira o VAR precisa entender se houve um impedimento. Na segunda, o árbitro avalia. Com o Dragon a ideia é que o sistema avise o juiz e ele vá imediatamente para a TV — e depois vai o que ele julgar.

O engraçado será ver os impedimentos marcados pelos iPhones nas partidas do Manchester United, cujo patrocinador master é o Snapdragon.

Com informações: Wired e Phone Arena

Leia | Como funciona o sistema de impedimento semiautomático pelo VAR da Copa 2022

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.