Kaspersky anuncia fim das operações nos Estados Unidos após banimento

Empresa de antivírus da Rússia encerrará gradualmente sua operação nos EUA. Kaspersky não poderá vender seus produtos e clientes precisam trocar de software

Felipe Freitas

A Kaspersky, empresa de antivírus, comunicou que está encerrando suas atividades nos Estados Unidos. A decisão da companhia russa é resultado do seu banimento no país, que proíbe a venda de seus produtos. Por conta disso, a Kaspersky realizará a demissão de quase 50 empregados.

O banimento da Kaspersky nos Estados Unidos foi revelado no dia 21 de junho, mas só foi aprovado no dia 27. Após o governo americano aprovar a proibição da venda de produtos da Kaspersky no país, a empresa tinha até 30 dias para seguir comercializando seus serviços — agora faltam 11 dias para esse prazo terminar.

O período de “carência” para vendas após a decisão do governo não faz muito sentido, já que a partir do 29 de setembro o banimento passa a valer oficialmente, com as empresas clientes da Kaspersky sendo proibidas de utilizar os produtos e serviços da companhia. Quem utiliza alguma solução da Kaspersky precisa mudar de fornecedor até a data — atualizações dos serviços também serão proibidas.

Empresa desiste de disputa judicial contra banimento

Kaspersky é uma das principais empresas de antivírus do mundo (Imagem: Divulgação/Kaspersky)
Kaspersky é uma das principais empresas de antivírus do mundo (Imagem: Divulgação/Kaspersky)

Ao anunciar o fim gradual das suas operações no Estados Unidos, a Kaspersky desiste de entrar na Justiça contra o banimento. Quando o governo publicou a decisão, a empresa de cibersegurança comunicou que buscaria medidas legais para reverter o ato.

Em nota ao site Zero Day, a Kaspersky informou que menos de 50 empregados serão afetados nos Estados Unidos pela escolha de encerrar as operações. Segundo o mesmo site, alguns consumidores corporativos criticaram o banimento por prejudicar suas atividades.

Kaspersky nega acusações de influência do governo russo

Malwares RAT enganam antivírus com arquivos poliglotas (imagem ilustrativa: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Kaspersky rebate acusações de ligação com governo russo (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O motivo para o Departamento de Comércio dos Estados Unidos banir o Kaspersky são supostas ligações da empresa com o governo russo. A empresa nega essas acusações. Gina Rimando, secretária do órgão (equivalente ao cargo de ministro), afirma que o Kremlin influencia as operações da empresa — mas sem entregar evidências ou provas disso.

Antes do banimento, o uso de produtos da Kaspersky em computadores do governo foi proibido pelos Estados Unidos — algo parecido com o que o país fez com o uso de drones chineses pelas polícias.

Com tensões acirradas entre Estados Unidos e Rússia, sanções são trocadas dos dois lados. Sendo o Kaspersky um dos principais antivírus no mercado (e até foi alvo de hackers), os EUA apontam que o software da empresa pode espionar seu cidadãos. Antivírus são softwares com um amplo acesso às informações do computador onde está instalado, o que realmente pode ser um risco em caso de espionagem — mas ainda faltam as evidências sobre a Kaspersky.

Com informações: Zero Day e Tech Crunch

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.