Lenovo ThinkCentre Neo 50s e ThinkStation P348 provam que o desktop não morreu

Com foco no segmento corporativo, ThinkCentre Neo 50s tem tamanho compacto e ThinkStation P348 é uma workstation amplamente configurável

Emerson Alecrim
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ThinkCentre Neo 50s (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

A Lenovo é uma das maiores fabricantes de PCs do mundo. Isso só é possível porque a marca tem equipamentos em todos os segmentos. Para o corporativo, a companhia anunciou, nesta terça-feira (31), dois desktops bem distintos: o compacto ThinkCentre Neo 50s e a workstation ThinkStation P348. No lançamento, conhecemos até a fábrica que produz esses e vários outros modelos.

ThinkCentre Neo 50s

O segmento corporativo é interessante. A diversidade de computadores disponíveis para empresas vão de servidores monumentais aos minúsculos thin clients.

Ainda que não seja tão pequeno quanto um thin client, o ThinkCentre Neo 50s é um desktop compacto. Ele aparece como uma solução adequada para pequenas e médias empresas, mas consigo vê-lo sendo usado em qualquer escritório com restrição de espaço físico.

Isso porque as dimensões reduzidas não são, necessariamente, sinônimos de baixo desempenho. O desktop pode ser equipado com os vários modelos que compõem a 12ª geração de processadores Intel Core.

Até 64 GB de RAM (DDR4 de 3.200 MHz) e SSD PCIe de 1 TB (acompanhado de HD de até 2 TB) também podem fazer parte do pacote.

A conectividade não decepciona, pelo menos na comparação com um notebook convencional. A ficha técnica inclui duas portas USB 3.2 Gen 1, uma porta USB-C 3.2 Gen 1, duas portas USB 2.0, porta HDMI 2.0, conexão Ethernet, Wi-Fi 5 ou 6 e Bluetooth 5.0.

Vale dizer que o gabinete é feito com 85% de material reciclado. Mas que fique claro que isso não implica fragilidade. Pelo contrário. O ThinkCentre Neo 50s me pareceu bastante robusto.

ThinkCentre Neo 50s (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
ThinkCentre Neo 50s (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

O modelo também chega em um momento oportuno. A companhia percebeu que, com o elevado número de profissionais voltando ao trabalho presencial após as fases mais graves da pandemia, a procura por desktops tem aumentado. É o que explica Leandro Lofrano, diretor de produtos da Lenovo para o mercado corporativo:

Tivemos uma alta de 34% nas vendas globais desses equipamentos em 2021 ante 2020 e acreditamos num crescimento da demanda nos próximos anos, devido à necessidade de atualização de parque tecnológico impulsionada pela aceleração da transformação digital.

ThinkStation P348

Frequentemente, eu associo estações de trabalho (workstations) a computadores grandes. Mas não precisa ser assim. O ThinkStation P348 é prova disso.

Olhando de longe, a máquina parece um desktop comum. Mas, dentro dela, encontramos uma combinação poderosa de componentes. Pudera: workstations são PCs focados em desempenho.

Nvidia T400 no ThinkStation P348 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Nvidia T400 no ThinkStation P348 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Para você ter ideia, o ThinkStation P348 pode ser equipado com placas de vídeo como Nvidia T1000, Nvidia GeForce RTX 3060 e AMD Radeon WX3200. A unidade que aparece nas imagens tem uma GPU Nvidia T400 que pode ser empregada em tarefas de renderização gráfica 3D, por exemplo.

As demais características incluem até 128 GB de memória DDR4 de 3.200 MHz, até três unidades de armazenamento (começando por um SSD de 1 TB) e, nas versões mais avançadas, fonte de 500 W.

Quanto ao processadores, as opções disponíveis são os chips Core i5, i7 ou i9 de 11ª geração. Por que não de 12ª geração? Por uma questão de “acessibilidade”, explica Leandro Lofrano. Em outras palavras, essa é uma forma de não deixar o equipamento com custos muito elevados.

De todo modo, workstastions com chips Core de 12ª geração e também com processadores AMD devem ser lançados no segundo semestre.

ThinkStation P348 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
ThinkStation P348 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

A Lenovo também destaca que o ThinkStation P348 é certificado por vários ISVs (Independent Software Vendors), como Adobe, Siemens, Autodesk e Dassault Systèmes. Isso significa que a estação de trabalho está apta para rodar, de modo confiável, determinados softwares dessas e de várias outras companhias.

Como o ThinkStation P348 tem mais espaço físico (na comparação com o ThinkCentre Neo 50s), há mais opções de conectividade e expansão aqui.

Só na frente, encontramos duas portas USB 3.2 Gen 2 e quatro Gen 1, leitor de SD opcional e conexões para fones e microfone. A traseira inclui quatro portas USB 2.0, DisplayPort, HDMI, entre outros. Para expansão, há três slots PCI Express.

ThinkStation P348 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
ThinkStation P348 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Disponibilidade e preços

Por serem voltados ao segmento corporativo, os produtos são flexíveis nas configurações. É por isso que não há preços fixos. Apesar disso, a Lenovo revelou que o ThinkCentre Neo 50s tem valor inicial na casa dos R$ 3.000. Já o ThinkStation P348 começa em R$ 6.200, aproximadamente.

Ambos já estão à venda no Brasil.

ThinkStation P348 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
ThinkStation P348 (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Uma visitinha à fábrica

O ThinkCentre Neo 50s e o ThinkStation P348 foram apresentados na fábrica da Lenovo localizada em Indaiatuba (SP). A unidade é responsável por toda a produção de servidores, desktops, workstations e notebooks da marca no Brasil.

Infelizmente, fotos são proibidas por lá. Mas acredite quando digo que conferir os processos de montagem das máquinas foi uma experiência interessante.

Os destaques, na minha opinião, são os procedimentos de testes e verificações. Há desde máquinas que analisam a inserção de componentes nos computadores até a inspeção visual por parte dos funcionários, em várias etapas da produção.

 Leandro Lofrano, da Lenovo (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
Leandro Lofrano, da Lenovo (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Todos os produtos passam por rotinas de testes, mas também há uma etapa de checagem pós-produção. Nela, computadores já prontos são separados aletoriamente e testados novamente. Se algum problema for identificado nesse procedimento, todo o lote daquela unidade é revisado.

A fábrica da Lenovo no Brasil produz entre 5 mil e 6 mil computadores por dia, mas essa não é uma estimativa muito precisa. O número varia de acordo com a demanda e os modelos em produção.

Atualmente, as linhas da unidade empregam cerca de 450 pessoas.

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Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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