Mais um país: Alemanha abandona Microsoft por softwares de código aberto
Medida afetará 60 mil funcionários públicos em Eslésvico-Holsácia e visa "soberania digital", segundo o ministro de digitalização do estado.
Medida afetará 60 mil funcionários públicos em Eslésvico-Holsácia e visa "soberania digital", segundo o ministro de digitalização do estado.
Pouco tempo depois da Dinamarca decidir trocar o Windows e o Microsoft 365 por soluções de código-fonte aberto, o estado de Eslésvico-Holsácia, na Alemanha, também anunciou que irá substituir o Microsoft Teams e o Pacote Office por soluções de código aberto em seus órgãos públicos.
Cerca de 60 mil funcionários serão afetados pela medida, que será implementada nos próximos três meses. O governo também deve adotar o sistema operacional Linux nos próximos anos.
A iniciativa ganha força enquanto crescem os debates sobre a dependência europeia diante das big techs, poucos meses antes do fim do suporte ao Windows 10, marcado para 14 de outubro de 2025.
Mais do que uma resposta ao fim do suporte, porém, o ministro de digitalização do estado, Dirk Schrödter, define a medida como um passo necessário para “retomar o controle” sobre os dados públicos e garantir a “soberania digital” da administração pública local.
O objetivo principal da mudança é reduzir a dependência de grandes empresas de tecnologia dos EUA. Em meio aos debates sobre o poder das big techs na Europa, o estado alemão quer ter mais controle sobre sua infraestrutura digital — especialmente quanto ao armazenamento de dados de cidadãos e do governo.
A transição planejada pelo governo do estado prevê, inicialmente, a substituição de softwares como o Microsoft Teams e o pacote Office por alternativas de código aberto, além da adoção do Linux nos próximos anos.
Embora nem todos os novos softwares tenham sido especificados, o LibreOffice e o provedor de e-mail Open-Xchange são citados como parte do plano.
Segundo o ministro Schrödter, com o uso de software de código aberto, os órgãos públicos ganham autonomia para auditar e personalizar os sistemas, além de hospedá-los em infraestrutura própria — o que fortalece a independência em relação a fornecedores privados e plataformas de nuvem.
A medida abrange toda a administração pública do estado, incluindo, portanto, o funcionalismo civil, as forças policiais e o sistema judiciário.
A adoção de softwares de código aberto tem ganhado força na Europa, e outras administrações também consideram ou já iniciaram transições semelhantes.
A Document Foundation, organização por trás do LibreOffice, tem defendido a migração para softwares de código aberto como uma alternativa para usuários e empresas afetados pelo fim do suporte ao Windows 10, que pode forçar a compra de novos computadores para migrar ao Windows 11.
Na Dinamarca, o processo iniciado pelo Ministério de Assuntos Digitais também cita entre os motivos a redução de custos com licenciamento e a diminuição da dependência de empresas de tecnologia dos Estados Unidos.
Por lá, a migração é gradativa e começa em julho. O objetivo é fazer todos os funcionários do órgão usarem softwares de código aberto até o fim de 2025.
Ainda assim, a transição não é simples. A ministra dinamarquesa Caroline Stage reconheceu que, se o processo for muito complicado, “poderemos voltar para a Microsoft em um instante”.
Com informações da France 24
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