Meta AI: inteligência artificial de Zuckerberg aprende a ver e falar
Tecnologia está embarcada no WhatsApp e Instagram, entre outros aplicativos da Meta. Chegada ao Brasil é incerta.
Tecnologia está embarcada no WhatsApp e Instagram, entre outros aplicativos da Meta. Chegada ao Brasil é incerta.
(Direto de Menlo Park, nos EUA) A inteligência artificial da Meta vai ficar mais completa com uma atualização que chega aos usuários nas próximas semanas. O sistema presente no WhatsApp, Instagram e Messenger ganha uma voz para responder às dúvidas e comandos da pessoa. Além disso, aos poucos a Meta AI também será capaz de enxergar o teor de imagens.
O anúncio ocorre no evento Meta Connect 2024, que acontece na sede da empresa nos Estados Unidos. Trata-se de um dos momentos mais importantes da tecnologia, já que as redes sociais da Meta possuem bilhões de adeptos pelo mundo. O Tecnoblog é o único veículo de tecnologia do Brasil presente no evento.
Dentre as novidades desta quarta-feira (dia 25/08), destaca-se a capacidade de a Meta AI conversar por voz com as pessoas. A empresa promete menos texto e mais conversa com os usuários.
Eu pude testar o sistema por alguns minutos. A interface lembra a de qualquer outro aplicativo de inteligência artificial. Depois de iniciar a conversa com a Meta AI, basta tocar no botão de microfone para iniciar a interação por áudio.
Eu perguntei em inglês sobre o tempo, informações gerais sobre o Brasil, entre outros assuntos. A voz me retornou conteúdos breves, porém interessantes sobre os temas propostas. A interface da Meta AI também mostra a transcrição do que está sendo dito.
As respostas levam alguns instantes para serem apresentadas. Nada absurdo, mas a tendência é que fique mais rápido com o passar do tempo. O sistema não me pareceu tão conversacional, pois eu precisava primeiro apresentar a minha fala e depois esperar o retorno. Ele contrasta com a função de voz do ChatGPT, que permite interrupções, por exemplo.
A Meta informou que a inteligência artificial com voz será liberada nos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia “durante o próximo mês”.
A Meta AI também ganha a chamada visão computacional com a atualização que chega nas próximas semanas. Os usuários dos Estados Unidos poderão mandar fotos no chat com a Meta AI e pedir informações sobre o que está ali. Dá para solicitar uma descrição da imagem, perguntar qual a espécie do pássaro presente, mais contexto sobre um álbum, e por aí vai.
Também será possível brincar com imagens. Eu testei com esta novidade na sede da empresa: primeiro foi necessário escanear o meu rosto (olhar para frente, depois para os dois lados) e mandar uma foto. A partir daí, solicitei que o sistema me imaginasse na realeza, ou cercado de leões. Os resultados são mistos, conforme você vê abaixo.
Esta função ainda não consegue modificar muito bem as feições do rosto. Por exemplo, a Meta AI falhou quando pedi uma foto de mim mesmo em estilo de 8 bits. Todo o ambiente estava quadriculado, mas o meu rosto não.
A Meta também promete edição nas fotos, similar ao que já ocorre com o Galaxy AI nos telefones da Samsung e deve vir com a Apple Intelligence no iPhone. Por exemplo, retirar certos objetos que estão atrapalhando a captura ou incluir outros elementos.
A Meta informou que os feeds do Instagram e do Facebook vão ganhar conteúdo gerado por inteligência artificial. Trata-se de um experimento cujos detalhes não foram apresentados. As imagens poderão ser criadas com base nos interesses do usuário. Ao tocar nelas, ainda será possível interagir para produzir novas versões, de acordo com os seus gostos pessoais.
As novidades da Meta AI serão liberadas aos poucos em variados países, ao longo das próximas semanas. O Brasil não é citado pela Meta.
Nós não sabemos quando a Meta AI desembarca em território nacional. É importante lembrar que o conglomerado de Zuckerberg arrumou problema com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados por utilizar posts públicos das pessoas para treinamento da IA sem dar a devida transparência sobre o assunto.
O Tecnoblog apurou que o assunto está pacificado e que, ao menos em tese, a Meta poderá liberar as ferramentas de IA na segunda semana de outubro. No entanto, nenhuma data foi apresentada oficialmente.
A Meta aproveitou seu principal evento anual para apresentar outras novidades, como os óculos holográficos ainda em estágio de protótipo, o aparelho VR vendido a preço popular (ao menos nos Estados Unidos) e o Llama 3.2 (com versões de 11 e 90 bilhões de parâmetros).
Thássius Veloso viajou para os Estados Unidos a convite da Meta