Meta leva multa milionária na Europa por causa do Facebook Marketplace
Autoridades do bloco dizem que empresa abusou de sua posição de domínio nas redes sociais. Meta discorda e vai recorrer.
A União Europeia aplicou uma multa de 798 milhões de euros (aproximadamente R$ 4,9 bilhões, em conversão direta) por considerar que a empresa teve práticas abusivas que beneficiaram o Facebook Marketplace. A companhia discorda da penalidade e vai recorrer.
“Esta decisão ignora a realidade do mercado e só vai servir para proteger da concorrência marketplaces já existentes”, escreveu a Meta em seu blog. “A decisão da Comissão Europeia não fornece evidências de danos concorrenciais aos rivais ou de quaisquer danos aos consumidores”, completou a gigante das redes sociais.
Por que a Meta foi multada?
O Facebook Marketplace é um serviço de classificados online, usado principalmente para comprar e vender produtos usados. Ele existe desde 2016. A União Europeia considerou que, ao “amarrar” o Facebook ao Facebook Marketplace, a Meta estaria criando condições injustas para outros serviços de classificados online.
Na avaliação da Comissão Europeia, essa ligação deu ao Facebook Marketplace uma exposição que os concorrentes jamais conseguiriam alcançar, já que a empresa é dominante nos mercados de redes sociais e anúncios online.
“Isso é ilegal, de acordo com as leis antitruste da União Europeia. A Meta deve cessar estas práticas”, declarou Margrethe Vestager, que chefia o órgão responsável por questões concorrenciais no bloco.
Para a Meta, isso não procede. A companhia diz que o argumento da União Europeia ignora que os usuários do Facebook podem optar por interagir ou não com o Marketplace.
A investigação sobre este assunto começou em 2019, quando concorrentes acusaram a Meta (que ainda se chamava Facebook) de tirar proveito de seu domínio do mercado para oferecer serviços gratuitamente, ao mesmo tempo que coletava dados para segmentar anúncios. Em 2022, após uma investigação, a Comissão Europeia acatou a denúncia e fez uma acusação formal contra a Meta.
Com informações: Financial Times, TechCrunch, Reuters, Meta