Microsoft tem planos para evitar outro apagão no estilo CrowdStrike

Em evento realizado no início da semana, Microsoft reforçou a ideia de fechar o kernel do Windows. Medida visa evitar um novo apagão cibernético como o de julho

Felipe Freitas
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Bug em atualização de serviço da CrowdStrike para Windows causou apagão em diversos serviços ao redor do mundo (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Semanas após apagão global em PCs, Microsoft já tem medidas para evitar que caso se repita (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A Microsoft anunciou nesta semana, durante um evento de segurança, os seus planos para evitar outro apagão cibernético como o de julho. Naquele mês, um bug em um serviço da CrowdStrike, empresa de cibersegurança, causou uma tela azul em milhões de PCs pelo mundo. A big tech estuda impedir que serviços de terceiros tenham acesso ao kernel do Windows — que foi um dos fatores do apagão cibernético.

Essa não é a primeira vez que a Microsoft fala de cortar o acesso ao kernel do Windows. Dias depois do apagão, a empresa publicou um texto em seu site oficial em que apontava mudanças nessa parte do sistema operacional. O kernel é a parte do SO que controla todos os elementos do PC — quase como um cérebro.

Apagão da CrowdStrike e acesso ao kernel

O Falcon, programa da CrowdStrike que teve o bug fatal, opera no nível do kernel do Windows. Por isso, a Microsoft quer desenvolver uma maneira de que as empresas de cibersegurança criem serviços capazes de cumprir seu objetivo sem acessar o kernel.

Ilustração de um falcão vermelho
Atualização defeituosa no software Falcon causou apagão cibernético (imagem: Divulgação/CrowdStrike)

A dificuldade é que isso exige que todas as companhias parceiras mudem o funcionamento dos seus programas. Órgãos reguladores, segundo o The Verge, pressionam a Microsoft a não tomar uma decisão unilateral. Provavelmente essa pressão existe porque poderia gerar falhas de segurança no sistema Windows, que também é usado por órgãos de segurança dos Estados Unidos e suas nações aliadas.

Na pressa para atualizar seus programas, as companhias de cibersegurança poderiam criar vulnerabilidades, o que seria tão prejudicial (ou mais) que uma tela azul global.

Além disso, como apontou Matthew Prince, CEO da Cloudflare, se apenas a Microsoft tiver acesso a soluções de segurança no nível do kernel, seria um risco à proteção dos dispositivos. Afinal, a cibersegurança depende de várias pessoas buscando soluções para falhas — não uma única empresa.

Relembre o caso

Tela azul aparece em monitor do aeroporto de Heathrow, no Reino Unido durante apagão da CrowdStrike (Imagem: Reddit/AeitZean)
Tela azul aparece em monitor do aeroporto de Heathrow, no Reino Unido durante apagão da CrowdStrike (Imagem: Reddit/AeitZean)

No dia 19 de julho, uma atualização na Falcon, um serviço da CrowdStrike, causou um bug nos computadores Windows. A falha causou tela azul em milhares de PCs pelo mundo e chegou a afetar até aeroportos em todo o mundo.

A CrowdStrike, segundo estimativa, atende 300 das 500 empresas listadas na Forbes 500 — lista das companhias mais ricas do mundo. A companhia de cibersegurança é líder desse segmento, assim como o Windows no mercado de sistema de operacional.

Dado a presença dos dois serviços, um bug deste nível é “fatal” para boa parte das companhias. O apagão cibernético afetou até bancos e empresas brasileiras.

Com informações: The Verge

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Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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