Nintendo vai à Justiça contra streamer que fez provocações contra a empresa

Jesse Keighin foi acusado pela Nintendo de fazer transmissões e distribuir links de dez jogos pirateados para Switch; companhia pede indenização milionária

Emerson Alecrim

A Nintendo é o tipo de empresa que não hesita em recorrer aos meios judiciais para defender os seus interesses. Prova disso vem de um processo movido pela companhia japonesa contra um streamer nos Estados Unidos: Jesse Keighin foi acusado de fazer dezenas de transmissões online de jogos pirateados do Nintendo Switch.

Na ação, a Nintendo afirma que Keighin fez transmissões em serviços de streaming de pelo menos dez jogos para Switch antes de eles serem lançados oficialmente. Em todos os casos, o streamer teria usado o pseudônimo “Every Game Guru”. Entre esses títulos estaria um lançamento recente: Mario & Luigi: Brothership.

Ainda de acordo com o processo, Keighin realizou mais de 50 transmissões com os jogos obtidos de modo ilegal. A Nintendo afirma ter enviado dezenas de notificações de retirada das transmissões de plataformas como YouTube e Twitch. Embora esses pedidos tenham sido acatados, Keighin voltava a fazer transmissões por outros canais.

Carta de provocação à Nintendo

Um detalhe que parece ter contribuído para a decisão da Nintendo de processar Keighin é uma carta com teor provocativo que ele teria enviado à companhia. Segundo a Nintendo, o streamer afirma, na carta, ter “mil canais descartáveis” e “que pode fazer isso [streaming de jogos ilegais] o dia todo”. É como se ele estivesse dizendo que não adianta derrubar um canal, pois ele voltaria com outro.

Tem mais. Jesse Keighin também foi acusado de tentar lucrar com as transmissões indevidas de jogos da Nintendo por meio de serviços de pagamento como Cash App. Esses serviços teriam sido usados como forma de contornar a desmonetização aplicada a seus canais.

Para completar, o streamer foi acusado ainda de compartilhar links para repositórios de ROMs, emuladores e chaves de ativação de jogos pirateados da Nintendo. O processo se baseia tanto nas transmissões dos títulos ilegais quanto na distribuição indevida deles, portanto.

Nintendo pede indenização milionária

Com base nos dez jogos que a Nintendo afirma que Jesse Keighin usou de modo ilegal, a Nintendo pede uma indenização de US$ 150 mil (equivalente a R$ 868 mil) para cada um deles.

Não está claro, porém, se esse valor é único para cada jogo ou se diz respeito a cada transmissão ilegal. Na primeira hipótese, a indenização chegará a US$ 1,5 milhão (R$ 8,68 milhões), se aplicada. Na segunda, alcançará US$ 7,5 milhões (R$ 43,4 milhões), considerando as 50 transmissões.

Em qualquer um dos casos, eu não gostaria de estar na pele de Keighin.

Este é apenas um dos exemplos que mostram quão determinada a Nintendo é em defender o seu ecossistema. Outro exemplo ocorreu no segundo trimestre de 2024, quando a Nintendo usou leis de direitos autorais para derrubar mais de 8,5 mil emuladores de Switch.

Com informações: VGC

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.