O último adeus: LG vai desligar servidores que atualizam celulares

Serviço de updates será encerrado quatro anos após anúncio de saída do mercado de smartphones. LG acumulou prejuízos entre 2015 e 2020.

Giovanni Santa Rosa
• Atualizado 30/04/2025 às 10:47
Resumo
  • LG desativará os servidores de atualização de smartphones em 30 de junho de 2025, encerrando oficialmente o suporte a seus aparelhos.
  • A decisão segue a saída da empresa do mercado mobile em 2021, após prejuízo acumulado de US$ 3,44 bilhões entre 2015 e 2020.
  • O programa LG Bridge, usado para backups e atualizações, também será encerrado.

A LG vai desligar os servidores que fornecem atualizações para smartphones da marca no dia 30 de junho de 2025. Depois desta data, os aparelhos não poderão mais receber os updates disponíveis.

A marca sul-coreana anunciou sua saída do mercado de smartphones em abril de 2021. Na ocasião, a empresa prometeu três anos de atualização do Android para aparelhos de topo de linha lançados de 2019 em diante, a contar da data de chegada ao mercado.

Com isso, o compromisso de atualizações foi cumprido já em 2024, mas a LG manteve os serviços por mais algum tempo, oferecendo updates de segurança para Android 12 e Android 13.

Agora, a LG alerta os donos de smartphones da marca que os servidores serão desligados. Por isso, para quem tem e deseja continuar usando um aparelho LG, a recomendação é ligá-lo e baixar as atualizações.

A LG também vai colocar um ponto final no programa para computadores LG Bridge, voltado para backups e atualizações dos smartphones.

Por que a LG saiu do mercado de smartphones?

A divisão de aparelhos móveis da LG parou de dar lucro em 2014, acumulando prejuízos de US$ 3,44 bilhões entre 2015 e 2020. No início de 2021, houve conversas para vender a unidade, mas as negociações não avançaram. Com isso, em abril daquele ano, a empresa sul-coreana achou melhor se retirar desse mercado e se concentrar em outras áreas.

A marca trouxe inovações marcantes, sendo uma das pioneiras em telas mais alongadas, touchscreens capacitivas, câmeras duplas e processadores com mais de um núcleo.

No entanto, não foi suficiente: algumas delas se tornaram padrões do setor, tirando o que poderia ser um diferencial da LG, enquanto outras simplesmente não eram úteis ou interessantes o suficiente para fazer a empresa ganhar terreno, como telas giratórias ou duplas.

Para completar, a falta de investimento em marketing e os problemas de hardware formaram um cenário péssimo para a companhia, que não conseguiu competir com Apple e Samsung, nem enfrentar a forte ascensão das marcas chinesas.

Com informações do The Verge e do Android Authority

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.