OpenAI compra startup de Jony Ive, ex-Apple, para criar hardware de IA

Empresa de Ive foi mantida em segredo nos últimos dois anos. Primeiro produto pode chegar já em 2026 e trazer novo formato de computação.

Giovanni Santa Rosa
• Atualizado às 15:17
Resumo
  • OpenAI anunciou a aquisição da Io, startup cofundada por Jony Ive, em operação de US$ 6,5 bilhões.

  • A equipe da Io trabalhará em dispositivos de IA dentro da OpenAI, com lançamento previsto para 2026.

  • Compra reacende debate sobre viabilidade de hardwares dedicados à IA após insucessos recentes.

A OpenAI anunciou a compra da Io, startup que tem Jony Ive, ex-designer da Apple, entre seus fundadores. A negociação será feita com troca de ações, sem dinheiro envolvido, chegando ao valor de US$ 6,5 bilhões (mais de R$ 36 bilhões, em conversão direta), o que a torna a maior aquisição da história da desenvolvedora do ChatGPT.

Com isso, Ive e sua equipe, que conta com mais egressos da fabricante do iPhone, passarão a trabalhar em uma unidade dedicada ao desenvolvimento de aparelhos voltados à IA. O designer ficou famoso por ser líder da criação de produtos emblemáticos, como o iPhone e o Apple Watch. Ele saiu da Apple em 2019.

Jony Ive e Tim Cook diante de iPhones em exposição
Jony Ive e Tim Cook quando eram colegas de Apple (foto: divulgação/Apple)

O anúncio, feito na tarde desta quarta-feira (21/05), confirma notícias de bastidores que circularam desde 2023, e apontavam que Ive estava trabalhando com a OpenAI para desenvolver hardware. A Io (que se apresenta como “io”, em minúsculas) foi mantida em segredo durante este tempo.

“Há dois anos, Jony Ive e o coletivo criativo LoveFrom começaram silenciosamente a colaborar com Sam Altman e a equipe da OpenAI”, diz o texto, publicado no site da gigante da inteligência artificial.

O que a OpenAI e a Io farão juntas?

A ideia da aquisição é desenvolver um produto físico novo. No entanto, ainda não se sabe como ele será. A ideia é que o aparelho faça sua estreia em 2026.

“A IA é um grande salto em termos do que as pessoas podem fazer. Isso traz a necessidade de um novo tipo de formato de computação para extrair o potencial máximo da tecnologia”, diz Altman, CEO da OpenAI, em um vídeo de uma conversa entre ele e Ive.

“As pessoas têm apetite por alguma coisa nova, o que é um reflexo de um certo desconforto com a situação atual”, analisa Ive.

Vender aparelhos dedicados à IA, no entanto, mostrou-se um duríssimo desafio nos últimos anos. Um exemplo disso é o AI Pin, um broche equipado com câmera, microfone e projetor.

O produto vários recursos com base em inteligência artificial, mas entregou bem menos que o esperado. Além de duras críticas, vendas fracas enterraram o projeto. A Humane, empresa por trás do aparelho, acabou vendida para a HP, que encerrou o projeto.

Com informações da OpenAI e da Bloomberg

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.