Gangue do celular pirata movimentou R$ 80 milhões em Santa Catarina
Operação Desabastecimento foi realizada pela PF e Receita Federal. Produtos eram vendidos por preços abaixo do mercado.
Operação Desabastecimento foi realizada pela PF e Receita Federal. Produtos eram vendidos por preços abaixo do mercado.
A Polícia Federal e a Receita Federal deflagraram na terça-feira (27) uma operação contra o descaminho de celulares piratas e outros eletrônicos em Joinville, Santa Catarina. A Operação Desabastecimento tem como alvo um grupo que teria movimentado mais de R$ 80 milhões ao longo de três anos com a comercialização de eletrônicos trazidos irregularmente para o Brasil.
Em resposta ao Tecnoblog, a PF explicou que a associação criminosa vendia os produtos a lojistas que tinham conhecimento da origem ilegal. Eles eram revendidos a preços menores, o que se encaixa na prática de concorrência desleal.
A PF informou em seu site oficial que há suspeitas de que a associação criminosa movimentou mais de R$ 80 milhões com o descaminho de eletrônicos. O crime de descaminho, popularmente chamado de contrabando, é a importação de produtos sem seguir os trâmites legais — como recolhimento de impostos. Já o contrabando é a importação ou exportação de mercadoria proibida, incluindo aquelas que dependem de autorização.
A Polícia Federal cumpriu 37 mandados de busca e apreensão na terça-feira. Além de descaminho, os envolvidos podem responder por associação criminosa e lavagem de capitais. Em comunicado ao Tecnoblog, a PF disse que as próximas etapas da investigação visam identificar como os produtos eram trazidos para o Brasil e a sua proveniência.
A Operação Desabastecimento tem parceria da Polícia Federal com a Receita Federal. A Receita costuma apoiar outros órgãos em operações que envolvem contrabando ou descaminho. Por exemplo, em julho, PF e Receita deflagram uma ação contra um grupo criminoso que importava ilegalmente celulares em seis estados e no Distrito Federal.
Apesar das recentes medidas contra celulares ilegais, a Anatel não tem participação na investigação. Nos últimos meses, a agência vem tomando atitudes mais firmes para combater a venda de dispositivos importados irregularmente, sem homologação.