PCs com Arm já existem, mas CEO da Qualcomm quer que eles sejam mais baratos

Cristiano Amon, CEO da Qualcomm, comentou sobre plano de PCs com chip Snapdragon mais baratos chegarem ao mercado a partir de 2025

Emerson Alecrim
Resumo
  • Cristiano Amon, CEO da Qualcomm, destacou a necessidade de tornar notebooks com chips Snapdragon X mais acessíveis, visando um preço de cerca de US$ 700. Hoje, eles podem custar US$ 1.000.
  • Amon enfatizou a importância de manter a NPU (Unidade de Processamento Neural) potente, com 45 TOPS, mesmo em modelos mais baratos.
  • A Qualcomm pode reduzir custos oferecendo chips com CPU e GPU mais simples, mas sem mexer na NPU.
  • A Qualcomm enfrenta concorrência de Intel e AMD, que também estão desenvolvendo soluções para o segmento de PCs com foco em inteligência artificial.

Junho de 2024 foi marcante para a Qualcomm, pois foi o mês em que os primeiros notebooks baseados nos chips Snapdragon X chegaram ao mercado. Mas, para o brasileiro Cristiano Amon, CEO da companhia, esses equipamentos precisam ser mais baratos para vingarem no mercado.

É o que o executivo deu a entender em uma teleconferência sobre os últimos resultados financeiros da Qualcomm. A expectativa de Amon é ver notebooks baseados em chips Snapdragon X serem lançados com preço em torno de US$ 700 a partir de 2025, considerando o mercado dos Estados Unidos.

Trata-se de uma meta audaciosa, especialmente se levarmos em conta que os preços iniciais desses equipamentos giram em torno de US$ 1.000 atualmente.

Tomemos como exemplo o Microsoft Surface Laptop de categoria Copilot+. O modelo mais barato da linha, com tela de 13,8 polegadas e chip Snapdragon X Plus, custa justamente US$ 999,99 no mercado americano.

Sem abrir mão da IA

O detalhe mais interessante é que Amon falou em redução de preço, mas sem que haja comprometimento da principal característica dos chips Snapdragon X: a capacidade de atender aos requisitos mínimos dos computadores Copilot+, com destaque para a NPU com desempenho de 45 TOPS (45 trilhões de operações por segundo).

Ainda não está claro o que a Qualcomm pretende fazer para permitir que notebooks mais baratos com chip Snapdragon cheguem ao mercado. A estratégia pode envolver o lançamento de chips com CPU e GPU mais simples, mas que mantém a NPU dentro dos requisitos mínimos.

Na verdade, essa é uma abordagem que a Qualcomm já segue: o Snapdragon X Plus tem a mesma NPU do topo de linha Snapdragon X Elite, mas conta com menos núcleos de CPU e GPU. Isso é importante porque a NPU é essencial para a execução local de tarefas de inteligência artificial (IA).

Outra estratégia pode envolver não só a oferta de notebooks, como também de miniPCs com chip Snapdragon X. A Qualcomm até tem um, o Snapdragon Dev Kit for Windows. Mas, como o próprio nome sugere, esse é um equipamento voltado especificamente a quem desenvolve software para Windows e arquitetura Arm.

A concorrência não está parada

Fato é que a Qualcomm ainda tem muito trabalho pela frente para fazer os chips Snapdragon finalmente vingarem em PCs. Como bem destaca o Ars Technica, as rivais Intel e AMD não estão paradas.

A Intel está em uma crise que a fez anunciar 15.000 demissões. Mas isso não a impedirá de lançar os chips Lunar Lake para atender ao segmento de computadores Copilot+. Já a AMD anunciou os modelos Ryzen AI 300 para a plataforma.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.