Perplexity fecha parceria com PayPal e permitirá compras diretas no chatbot

Recurso permitirá que usuários nos EUA adquiram produtos e serviços diretamente nas conversas com IA, usando PayPal e Venmo como meios de pagamento.

Marina Borges
• Atualizado 15/05/2025 às 10:21
Resumo
  • A Perplexity firmou parceria com o PayPal para permitir compras diretas via chatbot, com pagamentos por PayPal e Venmo.
  • A funcionalidade usa passkey para autenticação e permite comprar ou reservar serviços sem sair da conversa.
  • O PayPal compete com Stripe, Visa e Mastercard no comércio com IA, enquanto a Perpexity se aproxima de fechar uma rodada de investimentos de US$ 500 milhões.

A Perplexity, plataforma que atua no segmento de inteligência artificial generativa, anunciou uma nova funcionalidade voltada ao comércio eletrônico por meio de chats. A empresa fechou uma parceria com o PayPal para viabilizar transações dentro do seu chatbot.

A ideia é permitir que usuários nos Estados Unidos façam compras, reservem viagens e adquiram ingressos sem precisar sair da interface da ferramenta. O pagamento poderá ser feito por PayPal ou Venmo, um serviço financeiro popular nos EUA, com processamento, rastreamento e emissão de nota fiscal gerenciados pelo próprio PayPal.

Como a compra funciona dentro do chatbot?

Segundo a Perplexity, as transações ocorrerão de forma simplificada, com apenas um clique, utilizando a tecnologia de passkey da PayPal para autenticação e preenchimento automático de dados. A nova integração busca reduzir etapas no processo de compra, deixando o chatbot não apenas como assistente de busca, mas como um agente de decisão e execução.

O movimento marca uma nova fase na experiência de compras assistidas por IA, conceito que vem sendo chamado de “comércio por agentes” — quando sistemas automatizados realizam desde a busca de produtos até o pagamento final. O vice-presidente de negócios da Perplexity, Ryan Foutty, afirmou que o objetivo da empresa é tornar mais fluida a forma como as pessoas tomam decisões e interagem com a tecnologia.

A funcionalidade se soma ao recurso de compras já oferecido pela Perplexity desde o ano passado, em parceria com plataformas como Shopify. Agora, a diferença é que todo o processo será feito dentro da própria conversa com a IA.

O que essa parceria representa no cenário da IA generativa?

A disputa entre empresas por espaço no mercado de IA generativa e assistentes conversacionais tem se intensificado. O PayPal, por exemplo, busca expandir sua atuação em experiências de compra com IA, disputando espaço com Stripe, Visa e Mastercard.

As três gigantes do setor de pagamentos anunciaram recentemente ferramentas voltadas ao comércio assistido por agentes de IA. A Visa lançou o Intelligent Commerce, enquanto a Mastercard apresentou o Agent Pay, em parceria com a Microsoft. Já o PayPal aposta em integração direta com sistemas conversacionais como o da Perplexity, fornecendo não apenas meios de pagamento, mas também infraestrutura para logística e atendimento.

Srini Venkatesan, diretor de tecnologia da PayPal, destacou que o diferencial da empresa está na capacidade de verificar automaticamente compradores e vendedores, além de preencher dados de cobrança e entrega de forma segura. Ele também afirmou que essa abordagem reduz etapas e melhora a confiança nas transações.

O anúncio acontece no momento em que a Perplexity se aproxima de fechar uma rodada de investimentos de US$ 500 milhões, com valor de mercado estimado em US$ 14 bilhões. Paralelamente, dados da Salesforce apontam que o uso de chats com IA para atendimento ao cliente cresceu 42% no último ano, e que decisões de compra influenciadas por essas ferramentas também seguem em alta.

Embora ChatGPT, Claude e o novo recurso de IA do Google tenham avançado nas buscas com respostas em tempo real, a Perplexity aposta na integração com e-commerce como diferencial competitivo.

Com informações da CNBC

Relacionados

Escrito por

Marina Borges

Marina Borges

Redatora

Marina Borges é formada em jornalismo pela Unesp e soma passagens por alguns veículos digitais. Cobrindo tecnologia, atuou nas redações do TechTudo e da Revista AnaMaria antes de escrever para o Tecnoblog.