Por que o Nintendo Switch 2 só aceita os caros cartões microSD Express?

Recém-anunciado, Nintendo Switch 2 só aceita cartões microSD Express, que têm mais desempenho, mas são bem mais caros do que os convencionais.

Emerson Alecrim
• Atualizado 04/04/2025 às 15:13
Resumo
  • O Nintendo Switch 2 aceita apenas cartões microSD Express para evitar queda de desempenho.
  • Esses cartões usam PCI Express e NVMe, garantindo taxas de transferências mais rápidas.
  • O problema é o preço: eles podem custar até três vezes mais que modelos comuns.

Depois que o Nintendo Switch 2 foi anunciado oficialmente, alguns detalhes não muito agradáveis sobre o novo console começaram a vir à tona. Um deles envolve o armazenamento de dados: o videogame só suporta cartões de memória do tipo microSD Express, que são mais caros. Mas por quê?

Entre as principais características do Nintendo Switch 2 está o armazenamento interno de 256 GB. Trata-se de uma capacidade oito vezes superior em relação ao modelo de primeira geração. Mas não comemore ainda: muitos jogos são tão grandes em volume de dados que 256 GB podem não ser suficientes para quem compra muitos títulos.

A solução, então, consiste em não instalar muitos jogos obtidos via download ou em priorizar games vendidos em mídia física, certo? Não é bem assim. Tal como enfatiza o Tom’s Hardware, mesmo títulos em cartão de memória poderão exigir que volumes complementares de dados sejam baixados.

Não é uma abordagem lá muito agradável, mas essa parece ser uma estratégia para evitar que o jogo exija uma mídia física com mais capacidade de armazenamento e, portanto, tenha custo maior.

A saída está em complementar os 256 GB nativos do Nintendo Switch 2 com microSD. Mas, ao contrário do Nintendo Switch original, a nova versão só funciona com o padrão microSD Express (com até 2 TB de armazenamento) para não haver perda de desempenho. Os cartões microSD comuns são muito mais lentos do que o armazenamento interno do console.

O que é um cartão microSD Express?

O microSD Express foi anunciado em 2018 como um tipo de cartão de memória que mantém as dimensões dos cartões microSD convencionais, mas que suporta a tecnologia PCI Express e o protocolo NVMe para permitir taxas de transferência de dados mais altas.

A SD Association classifica os cartões microSD em quatro categorias principais. Cada uma têm uma taxa mínima de transferência na leitura ou gravação de dados, como mostra esta tabela:

CategoriaTaxa mínima de leitura/gravação
microSD Express Class 150150 MB/s (megabytes por segundo)
microSD Express Class 300300 MB/s
microSD Express Class 450450 MB/s
microSD Express Class 600600 MB/s

A Nintendo não exige nenhuma categoria específica de cartão Express, o que sugere que até unidades Class 150 poderão ser aceitas. Faz sentido, afinal, elas oferecem por si só maior taxa de transferência de dados do que os cartões microSD UHS-I (até 104 MB/s) indicados para o Nintendo Switch original.

É fácil identificar os cartões microSD Express. Obrigatoriamente, eles exibem os dizeres “EX” em seu invólucro.

Ainda não está claro se os cartões microSD Express poderão equiparar as taxas de leitura e gravação de dados do armazenamento nativo do Nintendo Switch 2. Mas eles ajudarão a evitar gargalos no desempenho do jogo que, de outra forma, só poderiam ser mitigados se o usuário transferisse o game do microSD para o armazenamento interno.

O problema é que, via de regra, o custo por gigabyte dos cartões microSD Express é muito maior em relação às unidades convencionais. Em outras palavras: cartões microSD Express são consideravelmente mais caros, em casos extremos, custando duas ou até três vezes mais na comparação entre modelos com a mesma capacidade de armazenamento.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Foi reconhecido nas edições 2023 e 2024 do Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.