Sky desiste de banda larga via 4G para apostar em fibra óptica com redes neutras

De Jaguariúna, SP — A Sky começou a primeira operação comercial de 4G no Brasil no longínquo ano de 2011, quando a operadora lançou seu serviço de banda larga fixa utilizando LTE, tecnologia comum na telefonia móvel. No entanto, a gigante da TV por assinatura via satélite desistiu desse tipo de acesso e irá focar em internet fixa por fibra óptica de redes neutras.

A informação foi dada por Gustavo Fonseca, CEO da Sky, após ser questionado pelo Tecnoblog sobre as amplas desconexões do serviço de banda larga LTE. “A gente tomou a decisão de phase out [descontinuação] do produto de LTE. Até o final do ano estaremos totalmente fora dessa operação”, informa o executivo.

A Sky chegou a ter 370 mil clientes de banda larga fixa com 4G, de acordo com dados da Anatel. Nos meses seguintes, a operadora passou a registrar amplas desconexões, em um momento que pequenos provedores por fibra óptica começaram a ganhar maior destaque em adições líquidas.

Quando a banda larga 4G da Sky foi lançada em 2011, a operadora comercializava velocidades de 2 Mb/s e 4 Mb/s. Com o passar dos anos, a operadora reformulou seu portfólio e passou a oferecer conexões de até 25 Mb/s, mas cobrando os mesmos valores que pacotes melhores de provedores de fibra óptica.

Com o fim do LTE da Sky, sobram as frequências adquiridas no leilão da Anatel. A empresa ainda não bateu o martelo sobre o que será feito com o espectro: “Ainda não estamos prontos para divulgar o que vamos fazer. Estamos pensando um monte de opções”, afirma Fonseca.

Foco em internet via fibra óptica com redes neutras

Era questão de tempo até o encerramento da rede de banda larga 4G. Em 2022, a Sky anunciou seu serviço de banda larga por fibra utilizando a rede neutra FiBrasil, empresa que herdou parte da malha óptica da Vivo.

Outros dois contratos foram firmados desde então, com I-Systems (derivada da TIM Ultrafibra) e American Tower.

Atualmente, a Sky oferece serviço de banda larga por fibra óptica em 156 cidades. De acordo com dados de agosto da Anatel, a operadora soma 13,9 mil assinantes de internet via fibra.

Fonseca revelou que mantém conversas com a V.tal — a mesma rede neutra da Oi Fibra. Se um contrato for firmado, a Sky poderia comercializar a Sky Fibra para mais de 20 milhões de domicílios em cerca de 300 municípios.

Como o carro-chefe da Sky é o serviço de TV por assinatura, perguntei para Fonseca se a operadora avalia lançar uma versão do serviço via fibra óptica, na modalidade IPTV, como existe na Vivo Fibra e Oi Fibra. A aposta da empresa é no DGO (antigo DirecTV Go), que também é de propriedade da Vrio, empresa controladora da Sky. O DGO opera na modalidade OTT (over-the-top), que não depende de regulação da Anatel:

“Praticamente todo o conteúdo que você consegue dar por TV por assinatura, consegue entregar pelo DGO. O grosso das vendas de Sky Fibra já nascem com o DGO. A gente não tem plano para ter IPTV, vamos continuar operando com o serviço OTT.”

Lucas Braga viajou a Jaguariúna (SP) a convite da Vrio.