Testes mostram que power banks com energia solar não são tão bons; entenda

Carregadores portáteis prometem usar células para transformar luz em eletricidade, mas altas temperaturas e painéis pequenos são obstáculos

Giovanni Santa Rosa

Testes de power banks que recarregam usando energia solar mostram que estes acessórios não entregam tudo que prometem. Eles demoram muito para conseguir transformar a luz solar em carga na bateria, o que torna seu uso muito difícil.

A mais recente publicação a tocar neste assunto foi a ZDNet. O editor Adrian Kingsley-Hughes disse ter testado dezenas de power banks deste tipo, comprados em lojas online e também em locais especializados em camping e aventura. Nenhum deles teve desempenho satisfatório e nenhum foi recomendado.

Power bank pendurado na mochila
Pendurar na mochila é uma estratégia para manter o painel solar exposto à luz, mas energia captada é pouco para carregar bateria (Imagem: Reprodução / AliExpress)

Um problema deste tipo de produto é que você precisa colocar a bateria e o painel no sol. Nos testes da ZDNet, os aparelhos chegaram a 80 °C, o que pode ser perigoso para baterias de íon-lítio.

Além do risco de segurança, há a eficiência. Nesta temperatura, o controlador interrompe a recarga, o que anula o suposto benefício deste produto. A ZDNet diz ter deixado os power banks no sol por dias e eles nunca recarregaram além da metade da capacidade.

Os testes da publicação não foram os únicos a mostrar a decepção com este tipo de produto. No Reddit, vários tópicos sobre o tema apontam os mesmos problemas: demora para carregar e aquecimento excessivo.

Painel solar dobrável é alternativa a power bank

Uma das limitações dos power banks com energia solar é a dimensão: o painel é pequeno demais para captar luz suficiente. Uma forma de contornar isso é com um painel solar dobrável. Vários modelos, inclusive, vêm com saída USB, facilitando a recarga de smartphones e outros gadgets.

Produtos assim são maiores, do tamanho de uma maleta, e mais caros. No exterior, a Wirecutter e a CNN listaram equipamentos que custam entre US$ 100 e US$ 200 (R$ 550 e R$ 1.100, em conversão direta) e são equivalentes a carregadores de parede de 20 W a 100 W, o que deve ser mais que suficiente carregar celulares, tablets ou aparelhos semelhantes.

No Brasil, é um pouco mais difícil encontrá-los. Procurando nos principais marketplaces, encontramos aparelhos de lojas estrangeiras a preços a partir de R$ 110 (mais impostos) e de lojas locais a R$ 500 ou mais. Empresas especializadas em energia têm produtos maiores e mais avançados, custando a partir de R$ 2.000.

Com informações: ZDNet

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.