TV box: Brasil é o principal alvo de vírus que usa aparelhos em fraudes
Dispositivos piratas estão sendo usados por golpistas em fraudes. Ataque afeta mais de 1 milhão de usuários no mundo todo, com maior concentração no Brasil.
Dispositivos piratas estão sendo usados por golpistas em fraudes. Ataque afeta mais de 1 milhão de usuários no mundo todo, com maior concentração no Brasil.
Pesquisadores da Human Security anunciaram nesta quarta-feira (05/03) que pelo menos 1 milhão de dispositivos ao redor do mundo, entre TV boxes, tablets e projetores, estão infectados com um novo malware. A maioria das vítimas está no Brasil.
Apelidada de Badbox 2.0, essa é considerada a maior botnet já descoberta envolvendo dispositivos de TV conectados (CTV). Uma botnet é uma rede de aparelhos infectados por malware, controlados remotamente por cibercriminosos.
Na prática, ao adquirir um TV box infectado, o consumidor pode ter seu dispositivo utilizado em fraudes sem sequer perceber. Além disso, o aparelho pode ser integrado a redes de proxy ilegais. Em casos mais graves, há possibilidade de roubo de dados pessoais e criação de contas falsas para ataques cibernéticos.
Em 2023, os mesmos pesquisadores da Human Security já haviam descoberto que milhares de TV boxes utilizadas em residências, escolas e empresas possuíam backdoors secretos, o que possibilitava o uso em crimes cibernéticos e fraudes online. Esse foi o primeiro Badbox.
A versão 2.0 do malware se tornou ainda mais sofisticada: em vez de apenas modificar o firmware dos dispositivos antes da venda, os invasores utilizam técnicas como downloads disfarçados e aplicativos clonados que imitam softwares legítimos para espalhar a infecção.
Segundo a Human Security, o Badbox 2.0 realiza quatro tipos de fraude:
Os pesquisadores identificaram o malware em 222 países, com grande número de dispositivos infectados nos Estados Unidos, México, Argentina e Colômbia. Mas a maioria das vítimas está no Brasil, onde os TV boxes têm se tornado cada vez mais populares para assistir filmes e séries do streaming e acompanhar jogos esportivos.
Esses dispositivos são explorados para fraudes publicitárias e serviços de proxy clandestinos, e as conexões são usadas sem o conhecimento dos proprietários.
As investigações indicam que diversos grupos, possivelmente ligados a “entidades comerciais” na China, como afirmou à Wired Fyodor Yarochkin, pesquisador sênior de ameaças da Trend Micro, estão por trás das ações coordenadas dos criminosos.
Além de fraudes publicitárias e de cliques, os dispositivos infectados são utilizados para alimentar redes de proxy ilegais, que mascaram atividades suspeitas na internet.
Segundo a Wired, empresas como Google — que colaborou com a pesquisa —, Trend Micro e Shadow Server estão agindo para conter o impacto, bloqueando servidores e encerrando contas envolvidas nas fraudes.
Especialistas alertam que os criminosos seguirão adaptando as táticas e recomendam cautela aos consumidores ao escolher dispositivos mais baratos, pois podem conter softwares ocultos com fins ilícitos. O Google recomenda verificar se o seu dispositivo é certificado pelo Google Play Protect.
Com informações da Wired
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