Twitter recua e libera API gratuitamente para serviços públicos

Páginas de alertas meteorológicos, atualizações de transporte e notificações de emergência pararam de funcionar com limitações da API gratuita

Giovanni Santa Rosa
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Twitter (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Uma das muitas mudanças feitas por Elon Musk no Twitter foi cobrar pelo uso de APIs da rede social. A ideia era fazer com que empresas e heavy users pagassem pela ferramenta, mas teve uma consequência negativa: diversas contas de comunicados de utilidade pública pararam de funcionar. A empresa decidiu liberar o acesso.

O anúncio foi feito na tarde de terça-feira (2), usando a conta do Twitter dedicada a desenvolvedores.

“Um dos casos de uso mais importantes da API do Twitter sempre foi o dos serviços públicos. Serviços verificados governamentais ou de propriedade pública que tweetam alertas meteorológicos, atualizações de transporte e notificações de emergência podem usar a API gratuitamente para esses fins críticos.”

Serviços públicos desistem do Twitter

Em abril, o Twitter anunciou mudanças nos preços de acesso à API. Usuários do plano gratuito agora podem fazer apenas 1.500 publicações por mês. O pacote pago mais barato custa US$ 100 (cerca de R$ 505) por mês, e dá direito a até 3.000 tweets.

O plano empresarial é ainda mais caro, podendo custar até US$ 42 mil (mais de R$ 210 mil) por mês.

A princípio, um plano gratuito nem estava previsto. Ele foi liberado após muitas reclamações que bots “do bem”, como o que posta no Twitter toda vez que um gato entra ou sai de casa, deixariam de funcionar.

Mesmo assim, o plano básico é insuficiente para muitas páginas importantes.

Como consequência, contas como o Serviço Nacional do Clima dos EUA (NWS, na sigla em inglês) teve seus posts automáticos limitados. O Serviço de Transporte Público de Nova York (MTA) encerrou seu sistema de alertas públicos no Twitter, que funcionava com várias contas.

Empresas se recusam a pagar pelo acesso à API

Grandes empresas também deixaram o Twitter de lado após o anúncio da cobrança. A Microsoft, por exemplo, parou de vender anúncios no Twitter e removeu a integração com a rede social de sua plataforma de propaganda. Elon Musk não gostou e ameaçou processar.

O app Flipboard, que cria “revistas eletrônicas” de acordo com os sites que o usuário acompanha, anunciou que sua integração com o Twitter parou de funcionar.

Outro serviço que simplesmente desistiu do Twitter é o WordPress. Na segunda-feira (1º), a empresa anunciou o fim do compartilhamento automático das publicações usando a plataforma.

A Automattic, dona do WordPress, diz que tentou negociar um preço com o Twitter, mas não teve sucesso.

Com informações: TechCrunch

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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