Vem aí? Apple estuda lançar iPhone ou iPad com tela enrolável

Nova patente descreve estrutura com rolos internos que desenrolam a tela. Solução tentaria evitar vincos e desgaste das dobradiças, comuns em alguns dobráveis atuais.

Felipe Faustino
• Atualizado às 16:14
Resumo
  • Apple obteve mais uma patente para uma tela enrolável com rolos internos, que poderia ser aplicada em novos iPhones ou iPads.
  • O design visa resolver problemas como o vinco na tela e o desgaste da dobradiça, comuns em alguns aparelhos dobráveis atuais.
  • Concorrentes como Samsung e LG já apresentaram protótipos de telas enroláveis.

O iPhone dobrável parece cada vez mais perto, mas a Apple ainda avalia caminhos alternativos para competir no mercado de telas flexíveis. Uma das apostas em desenvolvimento — revelada em uma nova patente — é um dispositivo com tela que se enrola, em vez de dobrar, que pode chegar ao iPhone ou iPad.

A ideia seria resolver duas das principais queixas dos consumidores dos dobráveis atuais: o vinco visível na tela e o desgaste da dobradiça. A Apple registrou a primeira versão desse conceito em 2017 e vem atualizando o projeto desde então — com novas patentes em 2020, 2021, 2023, 2024 e agora em 2025.

Como indica o documento obtido pelo AppleInsider, nesta sexta versão o foco é aprimorar o mecanismo dos rolos que guardam e estendem a tela.

Como funcionaria o iPhone com tela enrolável?

A patente descreve um “dispositivo eletrônico com estruturas de tela flexíveis” que, em vez de abrir como um livro — como nos dobráveis atuais —, teria um ou mais rolos internos para guardar a tela enrolada. Dessa forma, ao puxar uma borda do dispositivo, o usuário deslizaria a tela para fora.

Para garantir que o display fique plano e rígido quando estendido, o projeto prevê o uso de “membros de suporte biestáveis alongados” nas laterais, dando a firmeza necessária para o painel. Na prática, são estruturas que funcionam como uma fita métrica retrátil: quando enroladas, se dobram junto com a tela; ao serem puxadas, travam em formato reto.

Outro detalhe interessante é a possibilidade de o dispositivo ter uma janela transparente no corpo, deixando parte da tela enrolada sempre visível para mostrar notificações ou informações rápidas, mesmo quando “guardada”.

Com isso, a Apple tentaria minimizar o estresse sobre o painel flexível, evitando a dobra acentuada — principal causa de vincos e falhas na dobradiça, que ainda geram reclamações nos modelos dobráveis disponíveis hoje.

Telas enroláveis já aparecem na concorrência

A Apple costuma ser mais cautelosa ao entrar em novas categorias — e não tem sido diferente com o smartphone dobrável ou com essa possível tela enrolável.

Desde que registrou a primeira patente, em 2017, várias rivais avançaram na frente e já mostraram protótipos publicamente. Nos últimos anos, Xiaomi, Motorola, Oppo, além da Samsung e LG — que já demonstrava essa tecnologia desde 2014 — revelaram ideias de como aplicar a proposta em telas de TVs e smartphones.

A Samsung, por exemplo, mostrou um celular com tela deslizável em um vídeo com vários conceitos durante a SID 2021. Mais tarde, na Display Week de 2023, a sul-coreana apresentou seu protótipo de tela OLED enrolável, que pode expandir de 5 cm até 25 cm.

Alguns rumores sugeriam que a Samsung teria um smartphone com tela enrolável já no segundo semestre de 2025.

Já a outra sul-coreana, LG, chegou a ter um celular enrolável, o LG Rollable, homologado pela Anatel em 2021.

No caso, o aparelho tinha uma tela flexível capaz de enrolar para dentro, o que permitia expandir e diminuir o tamanho — mas longe do design de rolo registrado pela Apple. De qualquer forma, a LG encerrou suas atividades no mercado mobile e o aparelho nunca chegou às lojas.

Segundo o AppleInsider, o fato de a patente ter sido revisada diversas vezes ao longo de quase uma década indica que a ideia está, pelo menos, bem viva no papel e a Apple realmente pretende colocá-la em prática nos próximos anos.

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Felipe Faustino

Redator

Felipe Faustino é bacharel em jornalismo pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). Escreve sobre tecnologia, eletrônicos e ciências, editoria na qual também atuou pelo Jornal da USP. Além de jornalista, fã de tecnologia e fissurado por questões de meio ambiente, é, sobretudo, apaixonado pela DC Comics e pelo SPFC.