Você teria um mouse por assinatura? A Logitech cogitou essa ideia

CEO da Logitech abordou modelo de assinatura em podcast; ideia seria uma forma de subsidiar os custos de um “mouse para ser usado para sempre”

Emerson Alecrim

O mouse é um acessório que pode ser substituído facilmente. Mas, para Hanneke Faber, CEO da Logitech desde o final de 2023, faz sentido a companhia criar um mouse para ser usado para sempre. E esse conceito poderia levar a um modelo de negócio baseado em “assinatura de mouse”.

Essa possibilidade surgiu durante a participação de Faber no podcast Decoder, do Verge. A discussão é interessante porque, normalmente, mouses são tratados como itens descartáveis, com algum nível de exceção para modelos sofisticados.

Na conversa, a executiva contou que a equipe de um centro de inovação da Logitech na Irlanda mostrou a ela um “mouse para sempre”, que seria feito para não ser descartável. A equipe usou um “relógio bonito” para explicar o conceito:

Não estou planejando jogar esse relógio fora nunca. Então, por que eu jogaria meu mouse ou meu teclado fora se ele tem excelente qualidade, é bem projetado e habilitado para software? O mouse para sempre é uma das coisas que nós gostaríamos de ter.

Hanneke Faber, CEO da Logitech

O mouse ao qual Faber se refere nunca foi lançado. E talvez nunca seja. Trata-se de um conceito, pelo menos por ora. Mas, se ele se tornar um produto comercial, provavelmente custará uma pequena fortuna, afinal, é baseado em componentes de alta durabilidade.

Um mouse por assinatura

Hanneke Faber explicou que o preço médio de um mouse é de US$ 26. Se um mouse custar muito mais do que isso, provavelmente ele só será adquirido por entusiastas ou profissionais que precisam de acessórios mais avançados.

Mas a Logitech quer alcançar todo tipo de público, inclusive aqueles que não usam mouse porque já contam com um touchpad em seus notebooks. É aí que a proposta da assinatura entrou na conversa. Quando questionada se consideraria a ideia, Faber respondeu “possivelmente”. Esse modelo poderia ser uma forma de subsidiar os custos desse mouse especial.

Haveria benefícios adicionais. Faber disse que a assinatura ofereceria atualizações de software regulares que, presumivelmente, daria espaço a funções extras, como suporte a funções programáveis acionadas a partir do mouse.

Certamente, a assinatura também daria direito a um serviço de suporte técnico mais avançado, que incluiria reparo ou troca do mouse em caso de dano. Talvez até recursos de personalização estariam incluídos, como escolha do cabo ou de botões para serem fixados ao acessório.

Por enquanto, é só uma ideia

Que fique claro que a Logitech não anunciou o plano de lançar um mouse por assinatura. Tudo não passa de uma ideia que foi apresentada durante uma conversa de podcast.

Mas é interessante prestar atenção em discussões como essa porque elas dão uma pequena noção do que ocorre nos bastidores de grandes empresas. Às vezes, uma ideia que soa sem sentido pode realmente se tornar um produto ou serviço de sucesso.

O Ars Technica lembrou que a Logitech já tem um serviço de assinatura. Trata-se do Logitech Select, que oferece soluções e suporte de videoconferência para empresas. Talvez o caminho comece por aí: adaptar um modelo de assinaturas de acessórios para o segmento corporativo.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.