Winamp tem repositório de código-fonte aberto apagado sem explicação
Clássico player de áudio Winamp teve código-fonte liberado em setembro de 2024, mas repositório do projeto no GitHub foi apagado semanas depois
Clássico player de áudio Winamp teve código-fonte liberado em setembro de 2024, mas repositório do projeto no GitHub foi apagado semanas depois
No final de setembro, o código-fonte do clássico reprodutor de mídia Winamp foi aberto. Mas não da maneira convencional: a licença de uso do código não permite a distribuição de softwares derivados, por exemplo. Esse pode ter sido um dos fatores que, aparentemente, fizeram a Llama Group apagar o repositório de código do player.
O código-fonte do Winamp estava disponível no GitHub. Mas, desde a semana passada, o link para o projeto exibe um erro de página não encontrada. Até o momento, não há explicação oficial para o que teria feito o repositório sumir menos de um mês depois de ter sido criado.
De acordo com o Ars Technica, há pelo menos dois fatores que podem ter levado ao sumiço do repositório. Um são as críticas que a iniciativa vinha recebendo pelo fato de o código do Winamp não ter sido aberto de forma ampla.
Normalmente, projetos de código aberto são disponibilizados com base em licenças abrangentes, como GPL e MIT. Contudo, o código-fonte do reprodutor foi liberado por meio de uma licença própria, chamada de Winamp Collaborative License (WCL).
O maior problema da WCL é que essa licença permite que o desenvolvedor use, modifique e estude o software, ou faça contribuições voluntárias para o projeto. Mas a pessoa não pode distribuir versões modificadas do player. Projetos derivados devem ser mantidos para uso pessoal, consequentemente.
A reação da comunidade foi imediata. Apesar da proibição, mais de 2.600 forks (projetos derivados) do Winamp foram criados em um visível movimento de protesto contra as restrições da licença WCL.
Para completar, alguns desenvolvedores destacaram que o repositório do Winamp pode ter liberado, sem autorização, o código-fonte de componentes externos ao projeto, a exemplo do software do servidor Shoutcast para transmissões de áudio.
É possível que esses dois fatores, especialmente o último, tenha feito a Llama Group (atual responsável pelo Winamp) eliminar o repositório, mas não há confirmação sobre isso. O Ars Technica e outros veículos pediram um posicionamento sobre o assunto, mas a companhia não se manifestou até o momento.
Enquanto isso, a abertura do código do Winamp fica em uma espécie de “limbo”. Ninguém sabe o que acontecerá com o projeto.
O Winamp surgiu em 1997 e, anos depois, se tornou muito popular, principalmente entre usuários do Windows XP. A facilidade de uso, os recursos de reprodução e a capacidade de personalização de visual oferecida pelas “skins” contribuíram para o sucesso do player.
Com a popularização do streaming, o Winamp foi sendo deixado de lado. O reprodutor chegou a ser relançado em 2018 e vinha sendo atualizado desde então, mas sem o sucesso de antes. Apesar disso, o reprodutor ainda tem fãs. Prova disso é a versão física do Winamp criada por um deles.