Coleta de íris: World ID sofre novo revés diante da ANPD
Tools for Humanity tenta retomar as atividades, mas não pode pagar recompensa pela coleta de íris. Decisão está no Diário Oficial da União.
Tools for Humanity tenta retomar as atividades, mas não pode pagar recompensa pela coleta de íris. Decisão está no Diário Oficial da União.
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) manteve a proibição de que a startup Tools for Humanity pague os participantes do World ID, sistema de identificação pessoal que se baseia na coleta da íris das pessoas. Com isso, a empresa terá de pagar multa diária de R$ 50 mil caso retome a prática. A decisão está no Diário Oficial da União desta terça-feira (25).
O assunto está em ebulição desde novembro de 2024, quando a Tools for Humanity anunciou o início das operações no país. Rapidamente, dezenas de postos de coleta na cidade de São Paulo ficaram lotados de usuários que iam até ali não por conhecer a ideia por trás do World ID, mas por receber as worldcoins, um criptoativo que poderia ser convertido por até R$ 750, de acordo com a cotação da época.
O pedido da empresa foi negado porque as mudanças propostas não atendem às exigências da ANPD, e a coleta de dados sensíveis em troca de dinheiro continua irregular. A ANPD vê “risco iminente de dano grave”, além de uma “difícil ou impossível” reparação aos direitos fundamentais dos titulares de dados afetados.
O despacho decisório nº 18/2025 é assinado pelo diretor-presidente da ANPD, Waldemar Gonçalves Ortunho Júnior.
A Tools for Humanity declarou ao Tecnoblog que “discorda respeitosamente” da decisão e que adotará ações para “poder oferecer ao Brasil a tecnologia capaz de combater golpes na internet e fraudes digitais”, sem detalhar quais são os próximos passos.
Não custa lembrar: o projeto do World ID se baseia na tecnologia das orbes, esferas com câmeras que fazem a leitura do rosto da pessoa. A Tools for Humanity explica que os dados biométricos são utilizados para gerar um token único e depois passam pela remoção completa do sistema.
Todo este contexto fez com que a atuação da Tools for Humanity fosse caracterizada no imaginário das pessoas como “venda da íris”, apesar de, na prática, a startup não guardar essas informações.
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