X/Twitter usou proxy reverso para “voltar” ao Brasil, dizem provedores

X/Twitter passou a usar proxy reverso da Cloudflare para ser "liberado" no Brasil, informa Abrint; oficialmente, rede social continua bloqueada no país

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 3 semanas
Ilustração com as marcas do Twitter e do Twitter, além de Elon Musk visto de perfil
X/Twitter usou proxy reverso para "voltar" ao Brasil, diz provedores (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O X/Twitter voltou a funcionar para usuários no Brasil nesta quarta-feira (18). Isso causou estranheza, afinal, não houve decisão judicial favorável a esse retorno. Qual a explicação, então? O uso de proxy reverso. É o que conta a Abrint (Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações).

De acordo com a entidade, o X foi atualizado durante as primeiras horas de hoje para operar com endereços IP vinculados à Cloudflare, companhia especializada em tecnologias para serviços web.

Os serviços da Cloudflare passaram a ser usados como proxy reverso em nuvem, explica a Abrint. Isso significa que os servidores do X/Twitter agora recebem solicitações intermediadas pelos servidores da Cloudflare, basicamente.

Essa abordagem é útil para diversas finalidades. Um proxy reverso pode ser usado para balanceamento de carga (distribuição otimizada de requisições entre diversos servidores) ou para reforçar a segurança de aplicações críticas, por exemplo.

No caso do X/Twitter, o uso de proxy reverso serviu para “liberar” a rede social no Brasil, pois os bloqueios no país foram aplicados com base nos endereços IP associados ao serviço, e não aos endereços da Cloudflare.

Nenhum provedor brasileiro atuou para liberar o X/Twitter. Em nota enviada ao Tecnoblog, a Abrint informou ainda que os provedores locais ficaram em situação complicada diante da mudança no X/Twitter. Isso porque, se houver ordem para bloqueio de IPs relacionados à Cloudflare, outros serviços web também serão afetados, não somente a rede social:

A Abrint reforça que os provedores regionais, que representam mais de 53% do mercado de banda larga no Brasil, estão em uma posição delicada e, por isso, orienta que as empresas não tomem medidas individuais até que haja uma orientação oficial da Anatel.

Um bloqueio inadequado poderia impactar negativamente empresas e serviços essenciais, prejudicando milhares de usuários.

Neste momento, a Abrint permanece em contato com a Anatel e aguarda as análises técnicas que estão sendo realizadas. A associação continuará informando seus associados e o público sobre qualquer atualização relevante que venha a ser divulgada.

Logo do X (antigo Twitter)
Logotipo do X (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

X/Twitter liberado, mas não oficialmente

Inicialmente, o X/Twitter voltou a funcionar para usuários no Brasil que acessam o serviço por meio dos aplicativos oficiais para Android e iPhone. Horas depois, usuários também começaram a acessar a rede social no desktop, via navegador.

Ao Tecnoblog, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) informou que não houve alteração na decisão judicial sobre o bloqueio da plataforma e que, portanto, o caso está sendo avaliado.

Vale lembrar que, no final de agosto, o X/Twitter foi bloqueado no Brasil por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A restrição foi determinada após a plataforma descumprir a exigência de indicar representantes legais para as suas operações no Brasil.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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