“Xbox está morto”, afirma cofundadora do videogame na Microsoft
Laura Fryer, uma das criadoras do Xbox, diz que a Microsoft abandonou o hardware e a inovação em consoles para apostar no Game Pass.
Laura Fryer, uma das criadoras do Xbox, diz que a Microsoft abandonou o hardware e a inovação em consoles para apostar no Game Pass.
O Xbox não tem mais ambição em desenvolver hardware. Quem diz isso é Laura Fryer, ex-produtora executiva da Microsoft Games Studios e uma das fundadoras na equipe original do console: “Pessoalmente, acho que o hardware do Xbox está morto”.
Você deve ter acompanhado nas últimas semanas as duas grandes novidades do mundo Xbox: a parceria com a AMD para fabricar os chips da próxima geração de consoles e, um pouco antes, o lançamento dos portáteis ROG Xbox Ally e Ally X, em colaboração com a Asus — ambos noticiados aqui no Tecnoblog.
Esses anúncios foram justamente o estopim para Fryer criticar a direção que a marca tomou. Antes de seguir carreira na Epic Games, em 2012, ela participou da criação do primeiro Xbox e do Xbox 360.
A crítica foi feita em um vídeo de quase 13 minutos publicado no seu canal no último sábado (28/06). Ela afirma que os novos portáteis são um sinal de que a Microsoft perdeu a ambição — ou até a capacidade — de lançar consoles próprios com a divisão Xbox.
Na visão de Fryer, os aparelhos não oferecem nenhum motivo real para serem comprados, já que são basicamente PCs portáteis com Windows 11 fabricados pela Asus. “Infelizmente, não acho que marketing vá bastar”, afirma. “Não há literalmente nenhum motivo para comprar esse portátil”.
“Como uma das fundadoras da equipe Xbox, não estou satisfeita com o rumo das coisas. Não gosto de ver todo o valor que ajudei a criar ser lentamente destruído. Fico triste porque, do meu ponto de vista, parece que a Xbox não quer — ou não consegue — mais lançar hardware.
Essa parceria [com a Asus] parece ser um caminho lento de saída do setor. Pessoalmente, acho que o hardware do Xbox está morto. O plano parece ser apenas levar todos ao Game Pass.”
Laura Fryer, ex-produtora executiva da Microsoft Games Studios e cofundadora do Xbox
A veterana lembra que o sucesso da marca sempre se apoiou em suporte aos desenvolvedores, boas ferramentas e jogos exclusivos de peso — pilares que, segundo ela, se perderam ao longo do tempo. “Na apresentação [dos portáteis], vários jogos em desenvolvimento nem foram mencionados, como State of Decay 3, Perfect Dark e Fable”, afirma. “Muitos estão em produção há mais de cinco anos”.
Segundo ela, a estratégia atual é clara: “Eles estão apostando tudo no Game Pass e deixando a inovação de hardware nas mãos dos parceiros”. O Xbox completa 25 anos em 2026, mas Fryer questiona o futuro da marca: “Onde estão os novos sucessos? O que vai fazer as pessoas continuarem se importando com o Xbox daqui a 25 anos?”.
Como o Tecnoblog noticiou, a divisão Xbox deve passar por mais mudanças em breve com uma nova rodada de demissões. A decisão estaria ligada à pressão interna por maiores margens de lucro, especialmente após a incorporação da Activision Blizzard.
Em janeiro de 2024, cerca de 1.900 funcionários ligados ao Xbox e à Activision Blizzard foram desligados, poucos meses após a finalização da aquisição da publisher por US$ 69 bilhões. Se confirmada, esta será a quarta grande rodada de demissões na divisão em apenas 18 meses.
No mês passado, a Microsoft demitiu mais de 6.000 funcionários — cerca de 3% da sua força de trabalho global.
Com informações da IGN
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