Como funciona o golpe de empréstimo no WhatsApp [clonagem de linha]

Entenda como funciona o golpe de empréstimo pelo WhatsApp e veja o que pode fazer para se proteger

Lucas Lima
Por
• Atualizado há 1 ano e 1 mês
iPhone antigo com WhatsApp (Imagem: Webster2703/Pixabay)

Golpes de empréstimo pelo WhatsApp se tornaram populares pela facilidade que os fraudadores têm em relação ao processo de ativação de um chip a partir de um número de telefone. Com algumas informações da vítima, não é preciso muito esforço para clonar a linha e acessar as contas que a vítima tem em serviços online. Entenda o gople e saiba como se proteger daquele pedido estranho de um amigo no WhatsApp.

Como as informações são roubadas e o chip clonado

O golpe em si começa quando o sujeito mal-intencionado busca pelos dados da vítima. Na internet, há exposições de várias maneiras. Mesmo que a pessoa não seja um hacker, pode roubar esses dados acessando o computador de outra pessoa e, às vezes, basta usar o Google Search para encontrar informações em anúncios de venda e redes sociais.

As formas mais comuns de coleta dos dados são:

  • Golpes de phishing;
  • Engenharia social;
  • Por empresas de marketing;
  • Por bancos de dados vazados ou desprotegidos;
  • Por informações públicas (como em casos de concursos públicos);
  • Por vazamentos mal-intencionadas (às vezes, até funcionários das operadoras).

Como funciona o golpe de empréstimo pelo WhatsApp

O SIM swap é informalmente chamado de clonagem, mas não deixa de ser um processo legítimo da operadora. Quando um cliente perde ou tem o celular roubado, ele pode entrar em contato com as operadoras para tentar recuperar o número que estava no chip que foi levado junto, evitando várias dores de cabeça em seguida.

É essa possibilidade que os criminosos aproveitam:

  1. Os fraudadores entram em contato com a operadora se passando pela vítima;
  2. Fornecem as informações coletadas anteriormente;
  3. A operadora ativa o novo chip com o número da vítima, invalidando o anterior (deixando o SIM card sem sinal);
  4. O criminoso, então, tem acesso às ligações e SMS que o número da vítima recebe;
  5. Ele instala e configura o WhatsApp normalmente.

Se alguém já teve que instalar o WhatsApp em outro telefone, sabe que o processo é simples. Algumas informações já são baixadas, como os grupos que o usuário faz parte.

É questão de analisar o comportamento e deixar acontecer: cedo ou tarde, alguém acabará enviando uma mensagem para o número ou para os grupos com informações que podem ser preciosas para o fraudador usar contra a vítima, mesmo sem conhecê-la.

Com o número de telefone da vítima e, se ele souber o e-mail da pessoa também, é simples solicitar uma recuperação de senha. Isso pode dar acesso ao backup das conversas no Google Drive. Com esse backup, o trabalho fica mais fácil ainda.

Você já recebeu um pedido desses?

É só observar os contatos e as conversas e escolher a quem pedir o falso empréstimo pelo WhatsApp. Geralmente, o fraudador se passa pela vítima, diz que aconteceu algo inesperado, ficou sem acesso ao banco e/ou precisa fazer um pagamento urgente. 

A partir de 2019, as operadoras passaram a fazer o recadastramento das linhas móveis, exigindo mais que o CPF dos usuários no cadastro. Essa foi uma determinação da Anatel para coibir ações como essa e queve impedir o aumento no volume de casos.

Como proteger o WhatsApp contra clonagem

Entretanto, há algumas coisas que o usuário pode fazer para se proteger, sem ter que esperar por aprimoramentos na segurança do processo de transferência de um número para outro chip por parte das operadoras. São cinco dicas fáceis de se implementar.

  1. Evite usar a verificação em duas etapas via SMS

Teoricamente, é fácil sequestrar uma linha. Quem tiver o acesso ao número da vítima, consegue passar pela recuperação de senha, ainda mais se a verificação em duas etapas estiver configurada via SMS. A dica é usar aplicativos que geram tokens de acesso.

  1. Ative a verificação em duas etapas no WhatsApp

A verificação em duas etapas do WhatsApp permite que o usuário defina um código de seis dígitos que será exigido ao tentar reinstalar o WhatsApp em outro dispositivo.

Para ativá-lo:

  1. Toque em “Configurações”;
  2. Acesse o item “Conta”;
  3. Toque em “Verificação em Duas Etapas”;
  4. Defina um código de seis dígitos.
tela de como ativar verificação em duas etapas no WhatsApp

Atenção: o WhatsApp pode pedir para adicionar um e-mail de recuperação caso esqueça você o código. É extremamente importante que esse e-mail também esteja protegido pela verificação em duas etapas que não seja via SMS.

  1. Proteja o seu chip (SIM card)

Ativar o código PIN e PUK do chip faz com que toda vez que o celular for reiniciado ou que o chip for colocado em outro aparelho seja necessário digitar a senha PIN do SIM card para que os serviços da operadora voltem a funcionar. É mais válido em casos de perda ou roubo do chip. Mas, ainda assim, é uma medida importante.

  1. Desconfie sempre

A principal forma de coleta de dados pelos criminosos é o phishing — aquelas propagandas imperdíveis, chantagens e persuasões. Desconfie de tudo, principalmente do que chega até você via fontes desconhecidas por e-mail, SMS e/ou mensageiros.

Não existe almoço grátis, ainda mais na internet.

  1. Preste atenção aos sinais

Se acontecer de o seu chip ser clonado, o seu celular não terá mais sinal para fazer ligações ou acessar a Internet. Se estiver sem conexão da operadora por muito tempo, pesquise se os serviços da empresa caíram ou ligue para a central de atendimento para relatar o possível crime.

O Down Detector é uma boa ferramenta para verificar se a operadora está no ar: ele mostra um gráfico do status nas últimas 24 horas e reúne comentários das pessoas sobre o serviço. Se estiver tudo certo com o sistema, o SIM card pode ter sido clonado.

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Lucas Lima

Lucas Lima

Editor-assistente

Lucas Lima trabalha no Tecnoblog desde 2019 cobrindo software, hardware e serviços. Pós-graduando em Data Science, formou-se em Jornalismo em 2018 e concluiu o técnico em Informática em 2014, mas respira tecnologia desde 2006, quando ganhou o primeiro computador e varava noites abrindo janelas do Windows XP. Teve experiências com comunicação no poder público e no setor de educação musical antes de atuar na estratégia de conteúdo e SEO do TB.

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