Como funciona o mSpy? Conheça o app de controle parental usado para espionar o celular

Rastreamento da localização GPS e monitoramento de mensagens são alguns dos recursos oferecidos pelo mSpy no Android ou iPhone

Igor Shimabukuro Lucas Lima
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• Atualizado há 1 semana
Ilustração do aplicativo mSpy
mSpy dispõe de diversos monitoramentos para controle parental em dispositivos (Imagem: Divulgação/mSpy)

O mSpy é um aplicativo espião pago, que promete monitorar mensagens, dados de navegação, localização GPS e outras informações do dispositivo em que está instalado.

A ferramenta usada para espionar o celular é compatível com tablets, smartphones Android e iPhones lançados a partir de 2011. Contudo, pode ser necessário fazer jailbreak no aparelho iOS para acessar todos os recursos.

O mSpy é vendido como um aplicativo de controle parental usado para monitoramento de dispositivos de dependentes. A empresa não recomenda espionar o celular de terceiros sem o devido consentimento do proprietário do dispositivo.

A seguir, entenda como o mSpy funciona, e veja algumas particularidades do app de stalkerware.

Como funciona o mSpy no celular

Após a compra do serviço, o cliente recebe as instruções para baixar o app do mSpy no dispositivo móvel (Android ou iOS). A instalação precisa ser feita manualmente no aparelho a ser monitorado, e o download é feito fora das lojas de apps oficiais de Google ou Apple.

Segundo a desenvolvedora do mSpy, o aplicativo espião então atuará no dispositivo para interceptar dados de digitação, navegação, localização e contatos salvos. Em iPhones, pode ser necessário jailbreak para o funcionamento de determinados recursos.

Feito isso, o cliente do serviço precisa fazer login no dashboard do mSpy, em outro aparelho, para espionar o celular com o app instalado. E nessa plataforma, o indivíduo terá acesso a todos os dados monitorados pela ferramenta.

O que é possível ver com o mSpy?

Recursos prometidos pelo mSpy
Alguns dos recursos prometidos pelo mSpy (Imagem: Reprodução/mSpy)

O mSpy promete espionar diversos dados do dispositivo em que está instalado. E segundo a demonstração do serviço, a ferramenta pode mapear informações de monitoramento como:

  • Contatos salvos: nomes e números salvos na agenda do aparelho;
  • Mensagens de texto: data, horário e conteúdo de mensagens SMS;
  • Ligações: registros de ligações feitas ou recebidas no dispositivo;
  • Keylogger: mapeamento de palavras digitadas no aparelho;
  • Mídias no dispositivo: fotos e vídeos salvos no celular;
  • Localização GPS: rastreamento da localização geográfica do dispositivo;
  • Conversas em redes sociais: mensagens trocadas em redes sociais como WhatsApp, Telegram, Tinder, Instagram, Facebook, entre outras;
  • Prints de tela: capturas de tela que mostram o que a pessoa estava visualizando;
  • Histórico de navegação: data, horário e conteúdos pesquisados no navegador.

O mSpy funciona para ver as mensagens do WhatsApp?

Sim, já que o mSpy também funciona como um WhatsApp Sniffer (aplicativo espião de WhatsApp). O site do mSpy afirma que seu app é capaz de monitorar mensagens e fotos do WhatsApp, além de rastrear dados de Skype, Messenger, Instagram, X e outras redes sociais.

É confiável usar o mSpy?

Quase todos os relatos sobre o mSpy no Reclame Aqui são negativos, o que coloca em xeque a eficácia e a confiabilidade do serviço. Inclusive, a página do mSpy no site brasileiro de reclamações não exibe a porcentagem de queixas resolvidas, e nem o índice de clientes que voltariam a fazer negócio.

Há queixas sobre funcionamento aquém do prometido, cobranças indevidas e falta de suporte da empresa. Também existem relatos no Reddit sobre ausência de recursos e dificuldade de reembolso.

E vale destacar que os poucos reviews positivos do mSpy na internet costumam trazer links de afiliação ou menção a parcerias com o serviço.

O mSpy pode ser usado para espionar outras pessoas?

Sim, mas apenas em determinadas condições. O acordo de licença de usuário final (EULA) do mSpy alerta que o usuário só pode instalar o software de monitoramento em um dispositivo de sua propriedade ou em um aparelho que tenha recebido permissão para rodar o aplicativo.

Além disso, o cliente do serviço mSpy deve monitorar contas, aplicativos ou programas em que tenha direito legal de acesso. Também será preciso informar terceiros sobre o mSpy, de modo que o uso do aparelho sob monitoramento aconteça de forma consentida.

Ilustração do app espião mSpy
Ilustração do aplicativo espião mSpy (Imagem: Divulgação/mSpy)

Desrespeitar esses termos de uso resultará em um uso ilegal do dispositivo, o que pode infringir as legislações locais que variam de região para região.

A outra pessoa consegue saber que o mSpy está instalado?

Não necessariamente. O mSpy afirma que seu aplicativo não pode ser detectado, já que atua de maneira furtiva em segundo plano, e não exibe nenhum aplicativo visível no dispositivo. E somente o cliente do serviço mSpy tem acesso aos tutoriais para acessar, gerir ou desinstalar a ferramenta de monitoramento.

Contudo, indivíduos podem suspeitar ou descobrir se tem um app espião instalado no celular ao observar travamentos e lentidões incomuns, consumo excessivo da bateria ou de dados móveis, além de comportamentos estranhos de aplicativos e do próprio aparelho.

Qual a diferença entre um stalkerware e um spyware?

Stalkerware é um software malicioso usado para monitorar dados como localização GPS, mensagens e navegação. Visto na forma de app espião (a exemplo do mSpy), o stalkerware é instalado fisicamente no aparelho, e costuma envolver controle parental, monitoramento empresarial, e espionagem entre conhecidos.

Já o spyware é uma aplicação maliciosa voltada para a coleta e roubo de informações sensíveis, como dados bancários e credenciais de identidade. A ameaça geralmente é usada para golpes e fraudes por cibercriminosos, e pode ser instalada remotamente a partir de e-mails, arquivos e kits de exploração maliciosos.

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Igor Shimabukuro

Igor Shimabukuro

Redator

Igor Shimabukuro é jornalista graduado e com especialização em Mídias Digitais pela Universidade Metodista de São Paulo. Apaixonado por games, cobre tecnologia desde 2020. Com passagens por Olhar Digital e TecMasters, acumula mais de cinco mil conteúdos (hard news, reportagens, reviews, tutoriais, entrevistas, especiais, publieditoriais) publicados na internet.

Lucas Lima

Lucas Lima

Coordenador de conteúdo

Lucas Lima trabalha no Tecnoblog desde 2019 cobrindo software, hardware e serviços. Pós-graduando em Data Science, formou-se em Jornalismo em 2018 e concluiu o técnico em Informática em 2014, mas respira tecnologia desde 2006, quando ganhou o primeiro computador e varava noites abrindo janelas do Windows XP. Teve experiências com comunicação no poder público e no setor de educação musical antes de atuar na estratégia de conteúdo e SEO do TB.

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