Como saber se um boleto bancário é falso [Golpe]

Veja 5 dicas de como saber de um boleto é falso e saiba como não cair num golpe que já tem quase uma década de sucesso

Melissa Cruz Cossetti
Por
• Atualizado há 1 ano
Boleto Falso / FEBRABAN

Dinheiro não está sobrando e sair distribuindo por aí — e por engano — não é nada divertido. Você já deve ter ouvido relatos sobre o “golpe do boleto falso”, em que uma pessoa que realmente fez uma compra ou tem uma conta em aberto recebeu um boleto de forma digital ou impressa e, quando pagou, o dinheiro não quitou a dívida e foi para outro lugar. Saiba como não cair no “golpe do boleto falso”, essa jabuticaba.

O que é o boleto bancário

De acordo com a FEBRABAN, o boleto de cobrança é um instrumento de pagamento de um produto ou serviço prestado por um fornecedor. É através do boleto de cobrança que o emissor daquele documento, intitulado “Beneficiário”, receberá em sua conta o valor referente a este produto ou serviço pago por você no caixa do banco ou online. 

Os boletos são “documentos especiais de fatura” que são emitidos por bancos e empresas. Com um pouco de hacking e engenharia social, cria-se um grande número de boletos de falsos, que permite que se transfiram grandes quantidades de dinheiro de contas bancárias dos usuários para as contas de quem não prestou o serviço.

Ou seja, quem aplicou o golpe.

Ainda eficiente

Isso, porém, não é novo.

Em 2014, a Kaspersky já alertava para golpes envolvendo boletos. Na Conferência Anual de Analistas de Segurança (SAS), daquele ano, a empresa de segurança levantou, pela primeira vez, uma bola sobre um grande golpe que envolvia os boletos bancários de vários serviços. Um relatório da RSA de 2012 revelou que as fraudes envolvendo boletos custou, em 2012, mais de US$ 3.750 milhões para o Brasil; e continua.

O uso de boleto bancário é uma prática muito comum no Brasil. Se você e eu sabemos disso, os criminosos também. Há vários golpes com boletos, saiba como não cair.

Golpe do boleto falso na internet

Dimitry Bestuzhev, membro da equipe de Pesquisa e análise global da Kaspersky, explicou na ocasião os cibercriminosos têm voltado sua atenção para a criação de trojans bancários ou malware com código malicioso que rouba os dados financeiros.

Este tipo de fraude não é difícil de ser praticada. O processo é mais ou menos assim: enquanto você está imprimindo um boleto de uma loja ou de uma conta, um trojan bancário que está dentro do seu computador modifica o código de barras do boleto.

Ao pagar o boleto com esse código alterado, em vez de pagar a conta, você estará transferindo o seu dinheiro para a conta bancária do criminoso e só vai perceber quando checar se o pagamento da conta em questão foi confirmado.

A solução, nesses casos, é usar um bom sistema de proteção antimalware para evitar que a máquina seja infectada. Os chamados browsers seguros, para realizar transações financeiras, também podem ajudar a evitar que esse tipo de malware tenha sucesso.

Golpe do boleto falso impresso

Mas, se você já imprimiu o boleto ou recebeu o documento por correspondência, existem alguns detalhes que você pode observar com mais cuidado. Os criminosos apostam justamente na desatenção das pessoas para aplicar golpes usando boletos.

Walter de Faria, diretor-adjunto de Operações da FEBRABAN, alerta para a desatenção.

É de extrema importância que as pessoas se mantenham alertas para evitar serem vítimas, pois os fraudadores apostam na desatenção dos pagadores para aplicar golpes.

A instituição compartilhou 5 dicas para saber se um boleto é falso e não cair no golpe.

1. Confira os dados do beneficiário

Todos os boletos precisam ser registrados antes de serem emitidos. Os bancos inserem as informações como CPF ou CNPJ do emissor e do pagador, data de vencimento e valor. No momento do pagamento, serão mostrados os dados do beneficiário.

“Se, conforme a informação que aparece na tela, a conta em questão não pertencer ao beneficiário correto, o cliente não deve concluir a operação”, explica a FEBRABAN. Na dúvida, entre em contato com o SAC da empresa para quem será feito o pagamento.

2. Não imprima os boletos

Como antecipou a Kaspersky, quadrilhas usam “vírus bolware” para adulterar os boletos e muda os dados, como valor e a conta na qual o dinheiro será depositado, e esse malware entra em ação no momento em a vítima imprime o boleto. Evite imprimir.

Como alternativa, solicite que o emissor mande o arquivo no formato PDF (é comum chegar automaticamente por e-mail, se o pagamento for feito a uma loja), o que torna mais difícil de o boleto ser adulterado. Mantenha, também, o antivírus atualizado.

3. Confira os dados do banco emissor

Não existe crime perfeito e golpistas também cometem pequenos deslizes na hora de criar os boletos adulterados. O mais comum deles é colocar uma logo diferente da instituição financeira que emitiu o título. Confira se os três primeiros números do código de barra correspondem ao código do banco que aparece na interface do boleto.

Veja lista a com o código dos principais bancos que operam no Brasil:

4. Use o DDA (Débito Direto Autorizado)

Uma das formas de evitar pagar boletos falsos é usar o sistema DDA (Débito Direto Autorizado). O cliente ou empresa cadastrado recebe uma versão eletrônica de todos os boletos emitidos em seu nome. Com o serviço, não há o risco de o documento ser fraudado por um golpista se fazendo passar por uma loja ou empresa prestadora.

Basta fazer o registro como “pagador eletrônico” na instituição financeira em que você ou a sua empresa tem conta — no caso, o banco. Caso haja uma cobrança em seu nome ou no nome da empresa, a ferramenta permite ao cliente reconhecer a dívida ou não. Só depois, autoriza o débito para o pagamento do boleto. O cadastro também pode ser feito pelos canais eletrônicos, como aplicativos ou internet bank.

Note que o DDA é diferente do débito automático. “Ao aderir ao Débito Direto Autorizado, o cliente autoriza o banco a notificá-lo sempre que um boleto é emitido em seu nome e oferece o documento para pagamento, mas não realiza a operação”, detalha. No débito automático, autoriza-se a instituição pagar títulos no vencimento.  

5. Desconfie do código de barras falhando

A última dica é útil se você recebeu esse boleto para pagamento: desconfie se o código de barras estiver com falhas que apresentem espaços excessivos entre as barras ou qualquer outra alteração grosseira que não permita o reconhecimento pela leitora e o obrigue a digitar o número. Evite, também, negociar valores de descontos com pessoas estranhas ou que se identificam como funcionários de bancos ou empresas cobrança.

Com informações: Karspersky, FEBRABAN 1 e 2

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Melissa Cruz Cossetti

Melissa Cruz Cossetti

Ex-editora

Melissa Cruz Cossetti é jornalista formada pela UERJ, professora de marketing digital e especialista em SEO. Em 2016 recebeu o prêmio de Segurança da Informação da ESET, em 2017 foi vencedora do prêmio Comunique-se de Tecnologia. No Tecnoblog, foi editora do TB Responde entre 2018 e 2021, orientando a produção de conteúdo e coordenando a equipe de analistas, autores e colaboradores.

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