O que é CCFL? Entenda a tecnologia de backlight usada em telas LCD

Lâmpadas florescentes podem ser usadas como luz de fundo de monitores e TVs LCD, mas ficam em desvantagem se comparadas aos LEDs

Paulo Higa Ana Marques
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• Atualizado há 11 meses
TV LCD com backlight CCFL (Imagem: Ana Marques/Tecnoblog)
TV LCD da Sony com backlight CCFL (Imagem: Ana Marques/Tecnoblog)

CCFL (Cold Cathode Fluorescent Lamp), ou Lâmpada Fluorescente de Cátodo Frio, é uma tecnologia de iluminação utilizada em telas LCD. Esse tipo de backlight era muito comum em TVs e monitores de cristal líquido antigos, mas perdeu espaço para o LED devido à vida útil limitada e ao maior consumo de energia.

A tecnologia CCFL foi lançada na década de 1990 e amplamente adotada em telas LCD de marcas como Sony, Samsung, LG, Toshiba e Philips. No final dos anos 2000, as fabricantes migraram para o LED, que tinha maior durabilidade, ou para outras tecnologias de tela, como o Plasma e o OLED, que não precisam de backlight.

Como funciona um backlight CCFL

A lâmpada fluorescente do CCFL fornece a luz de fundo necessária para exibir imagens em uma tela de LCD. Esses displays são formados por cristais líquidos que não emitem luz própria, por isso, dependem um backlight para reproduzir cores brilhantes em uma TV ou monitor.

De modo resumido, podemos dizer que um LCD CCFL é composto por cinco camadas, da base ao topo:

  1. camada de backlight CCFL;
  2. camada polarizadora de luz;
  3. camada de transistor de película fina (TFT);
  4. camada de cristal líquido;
  5. camada de filtro de cor.
Estrutura simplificada de uma tela LCD com backlight em CCFL (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Estrutura simplificada de uma tela LCD com backlight em CCFL (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A formação da imagem começa no backlight de CCFL, composto de tubos de vidro finos e longos, preenchidos com gases e fósforo. Como em outras lâmpadas fluorescentes, há eletrodos nas extremidades que recebem corrente elétrica alternada (AC) de alta frequência de um inversor.

Quando uma corrente é aplicada, os gases da lâmpada se ionizam e emitem luz ultravioleta. Essa luz interage com o fósforo que reveste o interior das lâmpadas e é convertida em luz visível. Depois, um difusor espalha a luz uniformemente para a camada polarizadora, que orienta a iluminação em uma direção específica.

Já o TFT ativa os cristais líquidos correspondentes, liberando ou bloqueando a passagem de luz. Quando a luz está totalmente liberada, a cor branca é exibida, e o inverso ocorre para reproduzir o preto. Por fim, um filtro de cores vermelho, verde e azul (RGB) controla a quantidade correta de luz colorida e forma a imagem.

CCFL vs LED: vantagens e desvantagens

Como explicamos anteriormente, um backlight de CCFL tem mais desvantagens do que benefícios em relação à retroiluminação por LEDs ou MiniLEDs.

De maneira geral, você pode esperar as seguintes características:

  • Baixo custo de fabricação: a produção de CCFLs era mais barata do que a de LEDs, o que tornava as telas mais acessíveis;
  • Contraste inferior: telas LCD com CCFL recebem iluminação mínima constante nas partes escuras das imagens, diminuindo o contraste;
  • Pouco brilho: os LEDs são mais eficientes que as lâmpadas fluorescentes, o que aumenta o brilho da imagem;
  • Maior consumo de energia: lâmpadas fluorescentes gastavam mais energia que os LEDs para emitir a mesma quantidade de luz;
  • Vida útil menor: o CCFL tinha vida útil estimada em até 25 mil horas, contra mais de 50 mil horas dos LEDs;
  • Espessura maior: LEDs são mais compactos que as lâmpadas fluorescentes, o que permitiu a criação de telas mais finas.

Sustentabilidade

O CCFL é inferior ao LED em termos de sustentabilidade, pois consome mais energia e tem menor vida útil. Essas características implicam em maior desperdício de materiais.

Além disso, as lâmpadas fluorescentes contêm mercúrio, um metal pesado tóxico que prejudica o meio ambiente quando não é descartado corretamente.

Esses fatores contribuíram para o fim do CCFL no backlight de LCDs, mas cientistas ainda estudam o impacto causado pelo descarte de produtos antigos que utilizavam esta tecnologia.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

Ana Marques

Ana Marques

Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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